Conheça 8 músicos refugiados que vivem no Brasil para ouvir nas plataformas digitais
Conheça 8 músicos refugiados que vivem no Brasil para ouvir nas plataformas digitais
O Brasil se destaca pela riqueza musical, e o fato de receber refugiados de diversas partes do mundo contribui ainda mais para esse patrimônio cultural. Aqui, músicos que tiveram que deixar as suas casas por causa de conflitos, perseguições ou graves violações de direitos humanos encontram uma oportunidade de contribuir para a diversidade artística do nosso país.
Conheça artistas que encontraram no Brasil uma linguagem universal de esperança e conexão, uma forma de compartilhar as suas experiências em harmonias que ecoam além das fronteiras, por meio da música.
1) Mah Mooni, iraniana
Mah Mooni é uma cantora e compositora iraniana refugiada que se dedica a interpretar canções persas de diversos gêneros e estilos. Devido às restrições impostas às mulheres em seu país natal, ela deixou o Irã e se estabeleceu no Brasil em 2012, onde pôde seguir sua carreira musical.
Com formação em filosofia, Mah faz parte da Orquestra Mundana Refugi e dos grupos Kereshmeh e Brisa do Oriente. A artista mantém um canal no YouTube, no qual posta vídeos de performances, e é ativa no Instagram, compartilhando trechos de suas canções.
2) Leonardo Matumona, congolês
Músico congolês refugiado, Leonardo Mutumona chegou ao Brasil aos 17 anos em busca de proteção. Conservando os idiomas e estilos musicais nativos da República Democrática do Congo, ele atua como cantor em seu novo país. Suas canções "Meu Lugar" e "Somos uma música" contam um pouco da jornada como refugiado.
Leonardo lançou o disco solo "Milengela" em 2023, disponível em todas as plataformas digitais. No Instagram, o músico compartilha não apenas detalhes de shows solo e em grupo, mas também vídeos cantando. Ele integra a Orquestra Mundana Refugi.
3) Oula Al-Saghir, palestina
A cantora refugiada Oula Al-Saghir e a família deixaram a Palestina em 1948, devido aos conflitos na região. Na época, encontraram refúgio na Síria, onde vivenciaram novamente uma crise. Em 2015, ela fugiu do país em busca de um ambiente seguro e veio ao Brasil com a mãe e irmãos.
Filha de um pai músico que perdeu a vida em meio aos conflitos na Síria, Oula encontrou na música árabe uma forma de expressão. Ela participa de eventos em São Paulo como cantora e participa da Orquestra Mundana Refugi.
No Instagram e no YouTube, Oula publica vídeos cantando na língua materna, além de trechos de shows e apresentações. Em 2023, Oula, Mah Mooni e Leonardo Matumona se apresentaram ao lado de Zeca Baleiro e Chico César em São Paulo.
4) Estefany e Gabriely Ramirez, venezuelanas
Desde quando crianças, as irmãs Estefany e Gabriely Ramirez, cantoras venezuelanas, demonstravam interesse pela música. Quando a crise na Venezuela se agravou, as duas tiveram de deixar o país e chegaram ao Brasil, onde resolveram se arriscar no mundo da música em São Paulo.
No Brasil, elas se encantaram pelo sertanejo e começaram a cantar no estilo, conquistando mais de 1,2 milhão de seguidores e 14,8 milhões de curtidas no TikTok com interpretações do gênero, além de vídeos que compartilham aspectos de suas vidas em Ribeirão Preto, São Paulo. Em 2023, lançaram o primeiro álbum autoral, intitulado "Resiliência Vol.1", composto por sete músicas.
5) Zola Star, congo-angolano
Filho de pai angolano e mãe congolesa, Zola Star saiu de Angola em 1993, fugindo da guerra que assolava o país. No Brasil, trabalhou em diversas funções, foi desde pintor a motorista de ônibus, mas nunca largou a vocação: cantar. Em 1994, integrou a banda Afrotropicaliente. Em seguida, fez parte da Banangola, ao lado do cantor angolano Abel Dueré.
Em 2017, lançou o primeiro trabalho solo autoral, chamado "60 graus", com músicas cantadas em idiomas nativos. Em 2023, lançou o álbum “Loyembo”, com 12 músicas autorais. As produções estão disponíveis nas principais plataformas digitais. O artista mantém uma conta no Instagram, em que canta e divulga trechos de apresentações e agenda de shows.
6) Ruth Mariana, angolana
A cantora e atriz Ruth Mariana nasceu na Angola e, ainda criança, se mudou para a República Democrática do Congo. Fugiu do conflito, da violência bárbara contra as mulheres e chegou ao Brasil em 2021, onde realizou o sonho de ser atriz.
Em junho de 2023, o Serviço Social do Comércio (Sesc) reuniu canções compostas e interpretadas por refugiados e migrantes no álbum intitulado “Sons do Refúgio” para comemorar o Dia Mundial do Refugiado, incluindo a composição “Mulheres”, de Ruth Mariana. A cantora destaca as lutas femininas na canção.
7) Guipson Pierre, haitiano
Guipson Pierre nasceu na cidade de Porto Príncipe, capital do Haiti, e chegou ao Brasil em busca de melhores condições de vida após o terremoto que devastou o país no Caribe em 2010. O artista está em Valinhos, em São Paulo, desde 2017, investindo na carreira musical.
O músico participou do programa “The Voice Brasil”, da rede Globo, em 2018. Dois anos depois, em 2020, lançou um disco e duas músicas. As produções estão disponíveis nas plataformas digitais. No Instagram, o artista publica trechos de shows e canções. Ele também tem vídeos no YouTube.
8) Orquestra Mundana Refugi
Músicos brasileiros, refugiados e imigrantes de países como Palestina, Cuba, Turquia, Irã e Congo formam a Orquestra Mundana Refugi, em São Paulo. Com instrumentos que variam entre os tradicionais pianos, saxofone, flauta e bateria, até os mais diferentes, como bouzouki, kanun árabe, alaúde e rebab, o grupo tem no repertório composições próprias, músicas tradicionais e homenagens a compositores brasileiros.
No início de 2024, o conjunto lançou o terceiro álbum, chamado "Todo Lugar é aqui". O grupo é dirigido pelo músico paulistano Carlinhos Antunes, multi-instrumentista de música popular brasileira.
OUÇA A ORQUESTRA MUNDANA REFUGI
Saiba mais
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Você pode ajudar o ACNUR a apoiar a jornada e proteger pessoas refugiadas como as que conseguiram reconstruir as suas vidas por meio da música.
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) trabalha em 135 países para salvar as vidas, proteger os direitos e garantir um futuro digno às pessoas que foram forçadas a se deslocar em virtude de conflitos, perseguições e graves violações de direitos humanos. Sua doação transforma a vida de quem foi forçado a deixar tudo para trás.