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COP 21: Mudança climática, refugiados e moda

Comunicados à imprensa

COP 21: Mudança climática, refugiados e moda

COP 21: Mudança climática, refugiados e modaUm vestido feito do pesado material de uma tenda, que normalmente é utilizada para abrigar os refugiados na Jordânia, chama a atenção na movimentada estação de trem de Londres.
30 Novembro 2015

LONDRES, 30 de novembro (ACNUR) - Um vestido feito do pesado material de uma tenda, que normalmente é utilizada para abrigar os refugiados na Jordânia, chama a atenção na movimentada estação de trem de Londres, exibindo dados da mudança climática fornecidos pelo escritório de meteorologia Met.

O extraordinário vestido feito por uma das principais designers de moda da Grã-Bretanha, a professora Helen Storey, visa destacar uma questão de crescente preocupação para a Agência da ONU para Refugiados: o papel da mudança climática como um fator importante no deslocamento humano.

O tema está em discussão na Conferência sobre Mudança Climática das Nações Unidas, realizada em Paris entre 30 de novembro e 11 de dezembro, onde representantes de mais de 190 países vão buscar um acordo global para reduzir as emissões de gases de efeito estufa para limitar o aumento global da temperatura.

O ACNUR prevê que eventos ligados à mudança climática, como secas, inundações e tempestades, irão se tornar a maior causa de deslocamento da população, tanto dentro como fora das fronteiras nacionais, num futuro não muito distante.

O traje exposto, apelidado de "Vestido para o Nosso Tempo", é feito a partir do tecido de uma tenda do ACNUR que foi usada para abrigar uma família síria no campo de refugiados de Zaatari da Jordânia. Ele está em exposição na estação internacional de St. Pancras, em Londres, sendo estampado com dados fornecidos pelo escritório de meteorologia Met - o Serviço Nacional de Meteorologia do Reino Unido - para mostrar como o ambiente será afetado se as alterações climáticas continuarem no ritmo atual.

"Eu queria que fosse um símbolo poderoso do que significa ser humano em meio a precariedade da nossa existência", explicou a professora Storey. "Ao dar a tenda uma segunda vida, possibilita-se à peça criar um vínculo inquebrável com a humanidade e representa a importância de proteger e salvaguardar todas as pessoas e gerações porvir", acrescentou.

Uma média de 26,4 milhões de pessoas por ano são forçadas a deixar suas casas devido a catástrofes naturais, e um número crescente de pessoas vulneráveis vivem em áreas sujeitas a desastres. O ACNUR adverte em um estudo recente que a insegurança alimentar e falta de água conduzirão à concorrência por recursos escassos, sendo que deslocamentos ainda maiores poderão acontecer nos próximos anos devido à mudança climática.

Iluminada pelo brilho vermelho dos dados, o vestido de Storey fica na entrada da estação St. Pancras para o Eurostar, a porta de entrada para Paris e para a Conferência da ONU sobre Mudança Climática, a COP 21. Os participantes que passarem pela estação ficarão cara-a-cara com o vestido, que visa captar a imaginação dos passantes e provocar questionamentos sobre os caminhos pelos quais se pode responder às mudanças climáticas.

“Queremos que o ‘Vestido para o nosso tempo’ ajude a elevar as vozes das pessoas e compartilhar algumas das esperanças e medos que todos nós temos com relação ao futuro do nosso planeta", diz Storey. "Nenhum de nós tem todas as respostas - mas usando meios criativos para discutir as questões que realmente importam para nós e as futuras gerações - podemos encontrar novas maneiras de explorar as evidências e permanecer próximos às suas verdades”.

Por Laura Padoan, de Londres