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Crianças refugiadas de São Paulo visitam parque de diversões pela primeira vez

Comunicados à imprensa

Crianças refugiadas de São Paulo visitam parque de diversões pela primeira vez

Crianças refugiadas de São Paulo visitam parque de diversões pela primeira vezPassar um dia brincando em um dos maiores parques de diversões da América Latina seria um convite irrecusável para qualquer criança.
17 Abril 2014

BRASÍLIA, 17 de abril de 2014 (ACNUR) - Passar um dia brincando em um dos maiores parques de diversões da América Latina seria um convite irrecusável para qualquer criança. Especialmente para essas, o convite foi ainda mais especial, já que a maioria delas nunca esteve em um parque de diversões. Sorrisos, alegria e muita bagunça marcaram a visita de crianças refugiadas em São Paulo ao Hopi Hari.

A viagem, promovida pela ONG brasileira “Eu Conheço Meus Direitos” (IKMR, na sigla em inglês) com o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), reuniu cerca de 100 crianças e 100 adultos de nacionalidades como Sudão do Sul, Irã, Paquistão, Costa do Marfim, Congo, Colômbia, Angola, Camarões, Egito, Líbano e Síria.

Durante o trajeto dentro do ônibus, repletas de expectativas por um dia diferente, as crianças - e os adultos - cantavam, brincavam e, muitas vezes, iam longe em seus pensamentos, talvez saudosos daquilo que já não podiam mais vivenciar em sua terra natal, ou até mesmo esperançosos de que a nova vida pudesse ser tão boa que valia a pena atravessar oceanos, fronteiras, superar os traumas e as dificuldades para estar no Brasil. Exemplo disso é o menino Amir - solicitante de refúgio - que ao dialogar com um dos nossos voluntários soube que há um navegador brasileiro chamado Amyr Klink que atravessou o Oceano Atlântico num barco à remo. “Quando eu crescer vou fazer igual a ele”, afirmou o garoto.

Na entrada do parque as crianças mal podiam conter a ansiedade de passar pela catraca que daria acesso a esse universo mágico, eufóricas com tantas possibilidades. Correndo de um lado para o outro, pulando e sempre sorrindo, não houve um único brinquedo que elas não quisessem ir. Um dia de muita alegria e diversão que não vai sair da memória tão cedo.  Alguns não queriam ir embora, como Obel, um menino congolês, que insistia que gostaria de morar lá.

Para Vivianne Reis, diretora executiva e idealizadora da IKMR, esta foi uma oportunidade para que todos pudessem expressar sua infância como um resgate da vivência lúdica não só das crianças, mas também dos pais. “O que mais me surpreendeu foi que os pais não só se divertiram acompanhando seus filhos, mas fizeram questão de brincar também”, afirma.

Não faltou diversão durante a visita dos refugiados ao Hopi Hari.
A proposta do passeio integra a campanha da organização pelo Direito de Brincar, que promove iniciativas que potencializam e ampliam essa forma de expressão essencial da infância, fator fundamental para a disseminação de novos valores, rumo a uma cultura de paz.

O evento também contou com a presença e colaboração da Sociedade Islâmica Brasileira, Missão Paz, Instituto de Reintegração do Refugiado (ADUS) e Centro Social Nossa Senhora Aparecida, que fazem o atendimento dessas famílias na capital paulista.

Semana Mundial do Brincar - Na última semana de maio será a vez das crianças refugiadas do Rio Grande do Sul, que participam do projeto de reassentamento da Associação Antônio Vieira (ASAV), visitarem um parque de diversões em Porto Alegre. A ocasião será marcada pelo encerramento das atividades em torno da Semana Mundial do Brincar e pela véspera do segundo aniversário da IKMR, que entrará em campanha pela defesa de mais dois direitos: cultura e educação.

(*) Nomes trocados a pedido dos entrevistados.

Por Clarissa Cruz, da ONG “Eu Conheço Meus Direitos”.