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Crianças refugiadas na Tanzânia enfrentam dificuldades no acesso à educação

Comunicados à imprensa

Crianças refugiadas na Tanzânia enfrentam dificuldades no acesso à educação

Crianças refugiadas na Tanzânia enfrentam dificuldades no acesso à educaçãoNo campo de refugiados em Nduta, a falta de recursos faz com que as algumas aulas escolares aconteçam debaixo de árvores.
4 Janeiro 2018

CAMPO DE NDUTA, Tanzânia, 4 de janeiro de 2018 -  O jovem Irahoze Diello está tranquilo e confiante em relação ao teste de matemática que fará hoje. Mesmo sem ter livros, sapatos, um lugar seguro para estudar ou mesmo um café da manhã, ele deu duro se preparando para esse momento. Tudo que ele quer é conseguir finalizar as questões antes que a chuva caia.

“Quando chove, tudo fica molhado”, diz Irahoze, 14 anos, que foi forçado a fugir do Burundi e agora estuda sob as árvores no campo de refugiados de Nduta, na Tanzânia. “Quando venta, os galhos caem sobre nós, e quando está sol, fica muito quente. Ás vezes precisamos interromper as aulas”.

Ele é uma das cerca de 200 crianças refugiadas que frequentam a Escola Primária Furaha, onde a falta de recursos faz com que as aulas sejam realizadas ao ar livre. Carteiras e quadros-negros são posicionados entre as árvores, criando salas de aula improvisadas. Para cada três meninos que frequentam as aulas, há apenas uma menina. Devido à escassez de alimentos em suas casas, muitos alunos têm dificuldade para se concentrar.

“Quando está ventando, nossos papéis voam e quando chove, nossos livros estragam”, diz Tuyishemele Kenilde, 15 anos, refugiada do Burundi, que já perdeu um ano de estudos. Ela suspira e diz “é ainda mais complicado estudar aqui quando está chovendo”.

“Temos algumas aulas sem carteiras”, acrescenta Hafashimana Euphrasie, 14 anos, que teve um de seus estimados livros destruído. “Realmente precisamos de ajuda para que não tenhamos que sentar no chão”.

Os professores, que também são refugiados do Burundi, fazem o que podem. “Ás vezes, quando os galhos caem, alguns estudantes se machucam e as aulas precisam ser interrompidas enquanto os professores os levam para o hospital”, conta o professor Ndayisenga Aimable, 34 anos. “Eles não comem antes de vir para as aulas porque as porções de comida são muito restritas. Por esse motivo, muitos não conseguem se concentrar nas aulas devido à fome”.