Crianças venezuelanas conhecem atletas do Baré Esporte Clube em Boa Vista
Crianças venezuelanas conhecem atletas do Baré Esporte Clube em Boa Vista
Para as pessoas deslocadas de forma forçada por conflitos e perseguições, a prática de esporte é muito mais do que uma atividade de lazer. É uma oportunidade de estar socialmente incluída, de se sentir protegida e pertencente a um grupo social, abrindo um caminho de aprendizados e autodesenvolvimento.
O ACNUR trabalha com atividades esportivas, utilizando todo o potencial das parcerias neste campo para promover condições que equilibrem o bem-estar físico e mental das pessoas refugiadas, assim como para apresentar a diversidade dessa população como meio de enfrentamento à discriminação e à desinformação.
“A prática de atividades esportivas, nas suas mais diferentes modalidades, trabalha a cooperação entre as pessoas que participam dos jogos e fortalece o sentimento de fazer parte de um grupo, de uma comunidade que passa a gerar vínculo de pertencimento e identidade entre as jovens que já participam do projeto Fútbol Sin Fronteras. A ação realizada com o Baré é uma marcante forma de como o clube pode contribuir para fazer com que os jovens refugiados possam se sentir inspirados e acolhidos no Brasil, elevando a auto-estima dessa população”, afirma Thais Menezes, Oficial de Relações Institucionais do ACNUR em Roraima.
A visita dos jovens refugiados do projeto ao Baré foi resultado de uma proposta conjunta da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e da AVSI Brasil, que acreditam no esporte como meio de transformação para a integração local de quem foi forçado a deixar seus locais de origem.
Após a recepção das crianças e adolescentes no estádio, seguido pela roda de conversa que discutiu pontos como respeito, igualdade de gênero, e combate à violência contra a mulher, os atletas se juntaram aos jovens e foram a campo para um jogo de futebol misto. O resultado do jogo não delimitou o entusiasmo das duas equipes que, juntas, passaram a conhecer mais sobre a realidade das pessoas que integram cada time e, a partir desse conhecimento, pudesse haver ainda mais respeito e admiração pela história que cada uma carrega.
A ação realizada também promoveu a sensibilização sobre o tema dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência de Gênero, uma campanha que acontece em todo o mundo, iniciando no dia 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres) e terminando no dia 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos).
"Foi um evento muito importante, quando a gente levanta a bandeira de proteção sobre as mulheres. Estreitamos relações para fortalecer a interação para mulheres e meninas, que sonham em jogar futebol. Ficamos felizes por elas terem vivenciado o dia-a-dia de um clube de futebol profissional, que podemos valorizar as mulheres como elas tanto merecem", disse Oziel Araújo Tavares, vice-presidente do Baré.
O ACNUR lançou uma página em seu site sobre as diferentes iniciativas que a agência e seus parceiros promovem sobre o tema dos esportes como ferramenta de inclusão social e integração local. Estas informações estão disponíveis em www.acnur.org.br/esportes