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Crise no Iraque causa novo deslocamento de 180 mil pessoas na cidade de Hit

Comunicados à imprensa

Crise no Iraque causa novo deslocamento de 180 mil pessoas na cidade de Hit

Crise no Iraque causa novo deslocamento de 180 mil pessoas na cidade de HitCerca de 180 mil pessoas fugiram da cidade iraquiana de Hit, na região central do Iraque, após ela ser tomada no último fim de semana pelo grupo radical Estado Islâmico.
15 Outubro 2014

GENEBRA, 15 de outubro (ACNUR) de 2014 - A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) informou que cerca de 180 mil pessoas fugiram da cidade iraquiana de Hit, na região central do Iraque, após ela ser tomada no último fim de semana pelo grupo radical Estado Islâmico (ISIS, da sigla em inglês) e seus apoiadores.

Os moradores da cidade (sunitas, em sua maioria) e outros iraquianos que haviam encontrado refúgio lá, no passado, fugiram para Ramadi, Khaldiya, Hadithat, Rawa, Ana, Amiryah Rahaliya e outros locais na província de Anbar. Muitos foram mais longe, chegando a Kerbala e Bagdá, cerca de 180 quilômetros a leste. Os deslocados estão abrigados com parentes e amigos, ou em escolas, mesquitas e abrigos públicos.

Até recentemente, a cidade de Hit era um refúgio seguro para os que haviam fugido das ondas anteriores de violência em Ramadi, Fallujah e outras partes da província de Anbar, fornecendo abrigo para cerca de 100 mil pessoas deslocadas.

"O êxodo vindo de Hit representa a quarta maior onda de deslocamento em menos de um ano no Iraque, e para muitos nesta situação, é a segunda, terceira ou mesmo quarta vez que tiveram de fugir desde janeiro" disse em Genebra a porta-voz do ACNUR, Melissa Fleming. "Dezenas de milhares de iraquianos desesperados estão presos em um ciclo de deslocamentos múltiplos por causa da dinâmica do conflito em seu país”, acrescentou.

Funcionários do ACNUR se reuniram com alguns deslocados durante a uma missão de avaliação no oeste de Bagdá, na última segunda-feira. Entre eles estava uma mulher de 30 anos de idade, que tinha acabado de fugir de Hit com sua mãe idosa e um irmão com necessidades especiais. A família foi forçada a se deslocar três vezes desde janeiro, fugindo do avanço do ISIS na província de Anbar.

Outra mulher de 27 anos de idade fugiu de Hit com dois filhos pequenos depois que seu marido foi morto por tiros. Embora com medo de sair de casa, ela estava com mais medo ainda de se submeter ao ISIS caso decidisse ficar. Após uma viagem de 14 horas para Bagdá, ela agora está na casa de familiares.

Essas famílias se juntam aos 75 mil deslocadas internos em Bagdá cujas preocupações incluem abrigo, cuidados de saúde e uma fonte de renda. Estima-se que 1,8 milhão de cidadãos foram forçados a se deslocar internamente neste ano, em todo o Iraque.

O ACNUR está enviando colchões, galões de água, cobertores e outros itens de ajuda humanitária para os deslocados em Ramadi, Kerbala, Abu Ghraib e no oeste de Bagdá. No entanto, o acesso humanitário à grande parte da província de Anbar é extremamente limitado pelo conflito.

Enquanto isso, no norte do Iraque, um número crescente de curdos sírios da cidade fronteiriça de Kobane está buscando abrigo na província de Dohuk, após atravessar a fronteira da Turquia. Em média, os deslocados estão pagando a contrabandistas US$ 250 cada um para realizar a viagem.

Cerca de 5,4 mil sírios de Kobane já entraram no Iraque através da Turquia, incluindo 3,6 mil pessoas nos últimos três dias. Outras 10 mil a 15 mil pessoas são esperadas para cruzar a fronteira nos próximos dias. Os sírios citam várias razões para seguir em frente a partir da Turquia: distúrbios civis, custo de vida elevado, dificuldades com a assistência (especialmente com a proximidade do inverno), e laços familiares com as pessoas que vivem na região do Curdistão do Iraque.

Após chegarem ao Iraque, os solicitantes de refúgio são examinados pelas autoridades das fronteiras e transferidos pela Organização Internacional de Migrações (OIM) para o campo de Gawilan, criado há um ano para abrigar refugiados sírios. Mas o local atingiu sua capacidade esta semana, e os recém-chegados serão levados para um campo de refugiados na província de Arbat Suleymaniyah, que pode receber um adicional de sete mil pessoas.

Negociações estão em andamento com as autoridades locais para expandir o campo de Darashakran na província de Erbil, caso mais pessoas cheguem. O ACNUR também está criando um centro de acolhimento na fronteira Ibrahim Khalil para proteger os recém-chegados enquanto não são realocados para outros pontos. O ACNUR e seus parceiros estão na fronteira para identificar as pessoas particularmente vulneráveis.

O Iraque já abriga cerca de 214 mil refugiados sírios, a grande maioria na região do Curdistão iraquiano. Além dos mais de 1,8 milhão de deslocados internos registrados em 2014, existe quase um milhão de deslocados internos que fugiu da violência no país em anos anteriores.