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De barco, famílias deixam o oeste de Mossul em direção ao acampamento do ACNUR

Comunicados à imprensa

De barco, famílias deixam o oeste de Mossul em direção ao acampamento do ACNUR

De barco, famílias deixam o oeste de Mossul em direção ao acampamento do ACNURFamílias arriscam suas vidas para escapar de uma área controlada por extremistas na segunda maior cidade do Iraque, enquanto o ACNUR se prepara para um novo deslocamento antes da esperada ofensiva.
10 Fevereiro 2017

ACAMPAMENTO DE KHAZER, Iraque, 10 de fevereiro de 2017 (ACNUR) - Após o pôr-do-sol no fim de janeiro, Haytham*, de 44 anos, dirigiu-se apressado às margens do rio de Tigre onde estava prestes a quebrar o cadeado de um pequeno barco de pesca. Ele estava fugindo da miséria e do perigo, no oeste de Mossul controlado por extremistas, sabendo que, se fosse pego, seria morto.

Depois de quebrar a corrente, Haytham subiu no barco e então pediu a sua esposa e filhos que se deitassem para evitar que fossem baleados enquanto, sob a escuridão, ele remava, flutuando sob as águas do rio largo e plano.

Quando passaram da metade do caminho, grupos armados começaram a atirar neles. De repente, as balas perfuraram o barco, que começou a encher d’água. Haytham remou o mais forte que pôde e de alguma forma conseguiu chegar à praia antes que o barco afundasse. “Pensei que iríamos morrer”, disse.

As forças iraquianas da parte leste inicialmente apontaram suas armas, mas depois correram para protegê-los quando viram que era uma família. A família foi abrigada no leste da cidade, mas ficou sob fogo mortal lá também. Quando o filho de Haytham foi atingido de raspão por um estilhaço, eles decidiram encontrar abrigo no acampamento de Hasansham, administrado pelo ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, na região do Curdistão do Iraque.

“Pensei que iríamos morrer.”

“Estou tão feliz que sinto vontade de chorar”, disse, ao conversar com o ACNUR em sua tenda depois de chegar ao acampamento. Deixando a provação para trás, a família recebeu uma tenda desocupada por outra família deslocada internamente que tinha retornado para suas casas originais na parte leste da cidade controlada pelo governo.

O ACNUR está auxiliando os acampamentos que abrigam a maioria das 153.714 pessoas deslocadas desde quando batalha para retomar Mossul - uma cidade de mais de um milhão de pessoas - começou no dia 17 de outubro. O ACNUR ajudou quase 9.000 famílias com itens de emergência dentro das áreas recém-acessíveis da cidade.

Estima-se que há mais de 750.000 pessoas ainda presas no densamente povoado oeste de Mossul, onde a próxima fase da batalha vai se concentrar. O ACNUR está coordenando planos, em conjunto com outras agências e parceiros, para responder a uma onda antecipada de novos deslocamentos.

“Enquanto muitas famílias do leste de Mossul estão retornando para áreas recém-acessíveis, estamos nos preparando para um grande deslocamento potencial vindo do oeste”, disse o representante do ACNUR no Iraque, Bruno Geddo. “Lidar simultaneamente com famílias recém-deslocadas e retornadas irá testar ao máximo a nossa capacidade de resposta”.