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Deslocamento de indígenas na Colômbia preocupa ACNUR

Comunicados à imprensa

Deslocamento de indígenas na Colômbia preocupa ACNUR

Deslocamento de indígenas na Colômbia preocupa ACNURO Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) continua preocupado com ...
17 Março 2009

Brasília, 17 de março de 2009 – O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) continua preocupado com o deslocamento de populações indígenas na Colômbia. Somente neste mês, cerca de dois mil indígenas da etnia Embera foram deslocados de seus territórios em diferentes áreas ao longo do rio Baudó, no departamento colombiano de Chocó, devido a ameaças e conflitos entre dois grupos armados irregulares.

Mais de mil indígenas deslocaram-se na região do Alto Baudó, no sul de Chocó, ao longo da costa do Pacífico, para as cidades de Catru e Nuncido. “Eles fugiram de 15 comunidades depois que cerca de 200 membros de um grupo armado irregular entrou em seus territórios na primeira semana de março, ameaçaram-os e forçaram-os a colaborar nos ataques contra uma força irregular rival”, explicou o porta-voz da agência, Ron Redmond.

No Baixo Baudó, nove comunidades com cerca de mil indígenas ficaram vazias depois dos ataques entre os mesmos grupos armados irregulares. Um total de 86 pessoas chegaram na cidade de Pizarro, e a situação do restante delas continua desconhecida. No Médio Baudó, 35 Emberas da comunidade de Indicina, no rio Ancozó, estão agora deslocados na cidade de Puerto Meluk.

De acordo com a agência da ONU para refugiados, as autoridades nacionais e as organizações internacionais têm respondido rapidamente no caso do Alto Baudó, e os deslocados em Catrú estão recebendo comida, água, abrigo e assistência médica e psicossocial. No Médio e no Baixo Baudó, as autoridades locais estão fornecendo assistência básica e será realizada uma avaliação das necessidades dos indígenas deslocados.

“Apesar disso, o ACNUR continua preocupado com a proteção dessas comunidades. Somente em 2008, ocorreram três deslocamentos em massa no Alto, dois no Médio e cinco no Baixo Baudó. Existem relatos de abusos que precisam ser investigados, incluindo o de assassinato de uma mulher indígena e o estupro de outras duas na comunidade de La Vaca, no Baixo Baudó”, afirmou Redmond.

Os indígenas que vivem na região estão sob constante pressão de grupos armados irregulares e enfrentam crescentes restrições relacionadas à caça e à pesca em suas terras tradicionais. Um dos grupos armados irregulares no Alto Baudó impôs um bloqueio econômico ao longo dos rios Catru e Dubasa.

“Pelo menos 27 grupos indígenas correm risco de extinção na Colômbia, principalmente como resultado dos conflitos armados e do deslocamento forçado. Sua sobrevivência depende muito da possibilidade de continuarem em seus territórios tradicionais. Infelizmente, muitos têm deixado suas terras e se dispersado pelo país, algumas vezes em distantes centros urbanos”, disse o porta-voz.

O ACNUR possui diversos programas no país para proteção da população indígena, incluindo monitoramento regular e assistência àqueles que enfrentam ameaças e  deslocamento massivo; suporte para organizações indígenas com o objetivo de manter a unidade entre as comunidades deslocadas; treinamento sobre direitos; e apoio às autoridades nacionais e locais responsáveis pela proteção e assistência aos indígenas.