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Doadores mostram solidariedade com os refugiados e garantem apoio aos programas do ACNUR em 2021

Comunicados à imprensa

Doadores mostram solidariedade com os refugiados e garantem apoio aos programas do ACNUR em 2021

2 Dezembro 2020
Mulher indígena Warao e seu filho no abrigo Pintolândia em Boa Vista, Brasil. Julho de 2020. © ACNUR/Lucas Novaes

Os governos doadores prometeram hoje um valor recorde de $932 milhões de dólares em apoio à Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) para as atividades do próximo ano durante conferência anual de doadores em Genebra. Essas generosas ofertas iniciais irão permitir que o ACNUR continue a fornecer ajuda para salvar vidas e a proteger os direitos de quase 80 milhões de refugiados, deslocados e apátridas a partir de janeiro de 2021. Ao todo, os doadores comprometeram-se a doar mais de $1,1 bilhão de dólares para os programas do ACNUR em 2021 e além, mostrando forte solidariedade com os refugiados e confiança no trabalho do ACNUR.

Durante a conferência, o Alto Comissário do ACNUR, Filippo Grandi, que acabou de retornar do Afeganistão e do Sudão, afirmou: “Refugiados que fogem de conflitos, perseguições e violações de direitos humanos precisam do nosso apoio mais do que nunca. Somos encorajados pelos compromissos que nossos doadores assumiram hoje, que são vitais para milhões que precisam de ajuda, esperança e lar.”

Para cumprir o mandato e responsabilidade de atender às necessidades humanitárias críticas em 2021, o ACNUR precisa de $ 9,070 bilhões de dólares. Isso inclui $8,616 bilhões de dólares para o Apelo Global de 2021 e outros $455 milhões de dólares para necessidades adicionais de atividades relacionadas à COVID-19.

As principais necessidades delineadas no Apelo Global 2021 do ACNUR cobrem operações em 135 países, muitos dois quais são crises antigas e novas e conflitos que forçam as pessoas a fugir. Exemplos recentes incluem a resposta de emergência do ACNUR para refugiados etíopes que fogem para o leste do Sudão. No Sahel, milhões de refugiados e deslocados internos vivem em condições terríveis naquela que é uma das crises regionais mais complexas do mundo. Centenas de milhares fogem da violência brutal no norte de Moçambique. A guerra contínua no Iêmen está infligindo um tributo catastrófico aos civis, muitos deles deslocados. Na Europa, um conflito de décadas reacendido entre a Armênia e o Azerbaijão causou mais deslocamento de civis. Na América Latina, dezenas de milhares de nicaraguenses fugiram de uma grave crise que resultou em violência e abusos dos direitos humanos.

Em resposta a essas e outras crises, as principais atividades do ACNUR em 2021 se concentram na proteção de refugiados e crianças, preparação para emergências e itens básicos de ajuda humanitária para implantação urgente, assistência em dinheiro para os mais vulneráveis, saúde e segurança alimentar, água e saneamento e apoio nutricional, abrigo , educação, meios de vida, energia limpa e proteção ambiental, bem como apoio aos apátridas.

A já desafiadora crise global de refugiados e humanitária foi agravada dramaticamente em 2020 pela pandemia da COVID-19. Até agora, a inclusão de refugiados nas respostas nacionais de saúde pública e o trabalho do ACNUR e de outras agências humanitárias ajudaram a manter as taxas de transmissão entre refugiados no mesmo nível das comunidades de acolhimento.

“Esses homens, mulheres e crianças não podem ser deixados para trás e não podemos permitir que a pandemia nos distraia de atender às suas necessidades crescentes enquanto buscamos soluções para sua situação”, disse Filippo Grandi, o Alto Comissário do ACNUR. “O ACNUR apela urgentemente aos que possuem meios para continuar a apoiar a resposta humanitária em todo o mundo.”

 

O coronavírus está tendo um impacto devastador sobre milhões de refugiados, mais de 85% dos quais são hospedados por nações em desenvolvimento que agora lutam contra o severo impacto econômico da pandemia. Os refugiados enfrentam a perda de meios de subsistência, uma espiral de miséria e ajuda insuficiente. Eles não podem alimentar suas famílias ou se aquecer no inverno. Alguns foram expulsos de seus abrigos. Outros são levados a vender seus corpos ou casar seus filhos, sendo vítimas de abusos e exploração. Os mais desesperados descem para a automutilação ou, pior, em alguns casos, tiram suas próprias vidas. Incapazes de sobreviver, alguns refugiados também estão retornando prematuramente a situações de conflito e perigo.

Consequentemente, o ACNUR está reiterando seus apelos para a inclusão total de pessoas deslocadas à força em todas as respostas nacionais à pandemia - de respostas de saúde ao acesso a vacinas e redes de segurança social.

As contribuições voluntárias representam quase a totalidade do financiamento do ACNUR. Além das promessas de hoje dos governos doadores, e em um sinal da crescente diversificação do apoio à causa dos refugiados, representantes dos Parceiros Nacionais do Setor Privado do ACNUR anunciaram seu compromisso inicial e sem precedentes de $275 milhões de dólares para 2021.

O ACNUR agradece todas as contribuições recebidas, particularmente aquelas que fornecem financiamento flexível e apoio plurianual, que são essenciais para a capacidade da organização de responder rapidamente a novas crises e atender às necessidades dos deslocados à força e seus anfitriões.

No final deste mês, a Agência da ONU para Refugiados marcará sete décadas de trabalho humanitário pelo qual recebeu o Prêmio Nobel da Paz duas vezes - em 1954 e em 1981.