Em Roraima, agências da ONU reforçam a importância do empoderamento econômico no enfrentamento da violência contra mulheres refugiadas e migrantes
Em Roraima, agências da ONU reforçam a importância do empoderamento econômico no enfrentamento da violência contra mulheres refugiadas e migrantes
Em todo o mundo, cerca de 35% das mulheres já passaram por alguma situação de violência física ou sexual. Entre as mulheres e meninas que estão em regiões de conflito ou emergência humanitária, esse índice pode chegar a 70%, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários. Em situações de crise, as mulheres e meninas são as que mais sofrem com abusos, exploração e violência sexual, além de serem também a maioria das vítimas de tráfico de pessoas. Nesse cenário, o empoderamento econômico tem sido uma importante ferramenta para quebrar os ciclos de violência contra mulheres e meninas, em especial as refugiadas e migrantes.
Cientes dessa potente ferramenta, durante novembro e dezembro, ACNUR, ONU Mulheres e UNFPA, por meio do programa conjunto Moverse, promovem em Boa Vista (RR) uma série de atividades de informação e mobilização sobre o enfrentamento da violência e a promoção do empoderamento econômico de mulheres. As atividades fazem parte do calendário dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, uma campanha anual e internacional que começa no dia 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, e vai até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. No Brasil, a mobilização abrange o período de 20 de novembro a 10 de dezembro.
“Desde 2018, ACNUR, ONU Mulheres e UNFPA atuam em Roraima no enfrentamento da violência contra mulheres e meninas. Ao longo desses anos, temos confirmado que o empoderamento econômico é uma ferramenta fundamental para quebrar os ciclos de violência que muitas mulheres vivem”, afirma Mariana Salvadori, gerente do programa Moverse. “Quando as mulheres alcançam a autonomia financeira, deixando de depender economicamente de seus violentadores, elas recuperam o respeito e a qualidade de vida para si próprias, para seus filhos e filhas, além de beneficiar toda a sociedade, já que acabam movimentando a economia local. Por isso é tão importante levar informações sobre os canais de denúncia e onde buscar ajuda nos casos de violência, mas também promover oportunidades para que essas mulheres sigam suas vidas de maneira digna e autônoma”, completa.
Todos os anos, os 16 Dias de Ativismo movimentam Boa Vista com ações integradas das agências da ONU com governos e sociedade civil. Neste ano, as atividades incluem rodas de conversa em abrigos e ocupações espontâneas, ações previstas com a Casa da Mulher Brasileira e atenção especial a refugiadas e migrantes indígenas. Também está prevista uma atividade durante a Feira IntegrArte, evento que possibilita o encontro entre pessoas empreendedoras - brasileiras, migrantes e refugiadas -, e promove maior troca cultural com a comunidade de acolhida.
Algumas atividades serão realizadas dentro dos abrigos e das comunidades, por este motivo, não são abertas ao público geral. Entre elas estão rodas de conversa e capacitações com os temas de violência patrimonial, monoparentalidade, saúde mental e autoestima. Estes eventos serão oferecidos tanto à população refugiada e migrante quanto a profissionais que trabalham na resposta humanitária.
Além disso, também estão previstos vários eventos abertos ao público. Confira os principais eventos promovidos por meio do programa Moverse:
20/11 - Abertura da campanha de 16 Dias de Ativismo pela Eliminação da Violência contra as Mulheres
- Horário: 16h às 20h
- Local: Parque Anauá
- Realização: Casa da Mulher Brasileira, organizações da sociedade civil e agências do Sistema das Nações Unidas no Brasil atuantes em Roraima
21/11 - Roda de conversa sobre masculinidades positivas e empoderamento das mulheres
- Horário: 9h30 e 15h30
- Local: Centro Sustentabilidade do ACNUR
- Realização: UNFPA e Fraternidade Sem Fronteiras
21/11 - Atividade com empresas para inclusão socioeconômica de mulheres migrantes e refugiadas
- Horário: 16h
- Local: Casa da Mulher Brasileira
- Realização: Casa da Mulher Brasileira e ONU Mulheres
22/11 - Roda de conversa sobre violência patrimonial
- Horário: 9h
- Local: Comunidad Herderos de Dios
- Realização: ONU Mulheres
23/11 - Live do Programa Moverse com o tema Eliminação da Violência contra Mulheres Refugiadas e Migrantes
- Horário: 16h
- Local: Youtube da ONU Mulheres (https://www.youtube.com/onumulheresbrasil)
- Realização: ACNUR, ONU Mulheres e UNFPA
25/11 - Encontro sobre o Dia da Consciência Negra, racialização da migração e integração de mulheres migrantes e refugiadas
- Horário: 9h30
- Local: Biblioteca Estadual - Palacio da Cultura Nenê Macaggi
- Realização: Biblioteca Estadual e ONU Mulheres
06/12 - Encontro Homens Unidos pelo Fim da Violência contra as Mulheres
- Horário: Dia inteiro
- Local: Corpo de Bombeiros de Roraima
- Realização: Casa da Mulher Brasileira, Corpo de Bombeiros e Agências do Sistema das Nações Unidas no Brasil atuantes em Roraima
Encerramento dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres
- Data: 10/12 (a ser confirmado)
- Local: Feira IntegrArte
- Realização: Organizações da sociedade civil e Agências do Sistema das Nações Unidas no Brasil atuantes em Roraima.
Webinário sobre proteção e integração de mulheres migrantes e refugiadas
- Data e local a serem confirmados.
- Realização: Casa da Mulher Brasileira e agências do Sistema das Nações Unidas no Brasil atuantes em Roraima.
Sobre o Moverse – Iniciado em setembro de 2021, o programa conjunto Moverse - Empoderamento Econômico de Mulheres Refugiadas e Migrantes no Brasil é implementado pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), ONU Mulheres e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), com o apoio do Governo de Luxemburgo. O objetivo geral do programa, com duração até dezembro de 2023, é garantir que políticas e estratégias de governos, empresas e instituições públicas e privadas fortaleçam os direitos econômicos e as oportunidades de desenvolvimento entre venezuelanas refugiadas e migrantes. Para alcançar esse objetivo, a iniciativa é construída em três frentes. A primeira trabalha diretamente com empresas, instituições e governos nos temas e ações ligadas a trabalho decente, proteção social e empreendedorismo. A segunda aborda diretamente mulheres refugiadas e migrantes, para que tenham acesso a capacitações e a oportunidades para participar de processos de tomada de decisões ligadas ao mercado laboral e ao empreendedorismo. A terceira frente trabalha também com refugiadas e migrantes, para que tenham conhecimento e acesso a serviços de resposta à violência baseada em gênero.
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