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Empresas compartilham benefícios da contratação de profissionais refugiados e migrantes

Comunicados à imprensa

Empresas compartilham benefícios da contratação de profissionais refugiados e migrantes

2 Dezembro 2022
A abertura do Fórum no Hotel Intercity, em Manaus. Foto: ACNUR/Felipe Irnaldo
Manaus, 02 de dezembro de 2022 (ACNUR) – A contratação de profissionais refugiados e migrantes tem contribuído para melhorar o ambiente de trabalho entre diferentes equipes e para ampliar os resultados efetivos das empresas contratantes, além de ser uma prática de responsabilidade social reconhecida em diversos setores da economia.

Estas constatações foram compartilhadas por gestores de recursos humanos durante o II Fórum Hermanitos de Empregabilidade para Refugiados e Migrantes, realizado na semana passada em Manaus (AM).

Promovido pela associação Hermanitos em parceria com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), o evento teve por objetivo fomentar uma troca de experiências entre gestores de recursos humanos, envolvendo setores da indústria, do comércio e serviços em geral, incluindo empresas que têm entre seus colaboradores profissionais refugiados e migrantes.

Uma das empresas participantes, o DB Supermercados, ressaltou como tem conseguido incorporar pessoas refugiadas e migrantes ao seu quadro de funcionários, e como isso tem se traduzido em cooperação no dia a dia da companhia e em seus resultados.

“Iniciamos contratando para apenas uma área, e hoje temos profissionais refugiados atuando em quase todas como efeito dos resultados obtidos. A convivência entre os venezuelanos e brasileiros na equipe agrega, pois muitas vezes a experiência trazida por uma pessoa de outro país soma com as diversas expertises que a equipe local já tem, auxiliando nos resultados do time como um todo. Um colega também vai motivando o outro”, relatou Ádria Menezes, analista de recursos humanos do Grupo DB Supermercados.

Analista de RH, Ádria compartilha experiência sobre contratação de refugiados durante o Fórum em Manaus. Foto: ACNUR/Felipe Irnaldo

Já no setor de serviços, Letícia Gomes, do Grupo Alemã, destacou que a contratação de profissionais refugiados reflete uma estratégia de resultados efetivos e de valorização das equipes que elas passam a integrar na empresa.

“Percebemos que a contratação de refugiados ia muito além de ser um ato de solidariedade, mas uma oportunidade para o desenvolvimento de todos os colegas da empresa, melhorando o ambiente e trazendo novas competências em diferentes frentes”, comenta.

“Uma pessoa refugiada que está aprendendo o português, por exemplo, pode ter um domínio amplo de outros idiomas, e ajudar na preparação de materiais e outras necessidades bilíngues da empresa”, conta Letícia.

Desafios e oportunidades

Os participantes do Fórum, incluindo as pessoas refugiadas, também destacaram alguns desafios e oportunidades no processo de contratação de pessoas refugiadas.

“Uma das coisas primordiais é que a documentação esteja em dia, pois assim se consegue dar celeridade em uma vaga que a empresa busca objetividade para contratar”, explicou Ádria.

Em Manaus, com apoio do ACNUR e parceiros, as pessoas refugiadas e migrantes podem acessar a emissão de documentos de forma gratuita no Posto de Interiorização e Documentação da Operação Acolhida (PITRIG).

Outros temas levantados para facilitar o processo de contratação foram a proficiência no idioma português e a qualificação profissional necessária para vagas que requerem conhecimentos específicos.

Para isso, junto a parceiros como Hermanitos e ADRA, o ACNUR tem implementado uma estratégia para promover a qualificação e oportunidades de geração de renda para pessoas refugiadas em Manaus.

“Atuando de forma conjunta com o ACNUR, o Hermanitos busca contribuir para que os refugiados acessem direitos e políticas públicas, incluindo a qualificação profissional e o mercado de trabalho. Mais de 4 mil pessoas já foram beneficiadas desde 2019, pessoas de diferentes perfis, incluindo mulheres e jovens recém-chegados ao país”, explicou Túlio Silva, o cofundador e presidente do Hermanitos.

Recém-lançado, um diagnóstico sobre os setores produtivos de Manaus deve apoiar na construção de estratégias voltadas a integração local de Manaus, explicou Juliana Serra, oficial de campo do ACNUR.

“A pesquisa mostra que para muitas empresas, as pessoas refugiadas vêm agregando aspectos positivos ao ambiente profissional e contribuindo para trabalhos resultados efetivos das empresas. Trabalhamos para oportunizar que as diferentes pessoas em situação de deslocamento forçado consigam acessar seus direitos, como documentação, e assim possam contribuir também para o desenvolvimento local”, afirma Juliana.

Uma pesquisa lançada previamente neste ano pelo ACNUR identificou que, apesar da inserção laboral precária enfrentada pela população venezuelana em Manaus, a qualificação e as experiências laborais prévias dos profissionais venezuelanos configuram uma oferta de mão-de-obra disponível e apta para inserção no mercado de trabalho brasileiro.

As empresas participantes também foram convidadas a integrarem o Fórum Empresa com Refugiados, iniciativa do ACNUR Brasil e do Pacto Global da ONU Brasil para o compartilhamento de melhores práticas empresariais e informações sobre a contratação de pessoas refugiadas, visando apoiar sua inclusão no mercado de trabalho.