Encontros regionais reúnem 118 refugiados empreendedores
Encontros regionais reúnem 118 refugiados empreendedores
Realizados entre outubro e novembro, os eventos da Plataforma Refugiados Empreendedores contaram com o apoio de diversos parceiros, como Pacto Global da ONU no Brasil, EY, Sebrae, Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR Brasil), Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), Aliança Empreendedora e Migraflix.
Além de promover palestras sobre diversos temas de interesse, como acesso a microcrédito, educação financeira, marketing digital e benefícios do MEI, os eventos incentivaram a troca de experiências sobre negócios, abordando as oportunidades e os desafios de empreender no Brasil. Assim, houve depoimentos de pessoas refugiadas e grupos de trabalho para debater os conteúdos, impulsionando o networking.
Os empreendedores destacaram que a troca de experiências foi muito motivadora e que as informações oferecidas foram importantes para ajudar a melhorar a situação dos negócios.
A venezuelana Vanessa foi uma das participantes do encontro em Boa Vista. Ela fundou, em maio de 2021, a Escuela Ohana. A unidade atende à demanda de mulheres em situação de vulnerabilidade que não têm com quem deixar seus filhos, prestando uma educação de qualidade a preços solidários. Vanessa enfatizou que o encontro foi uma experiência única. “Deveria ser mais frequente para nos motivarmos e criar uma rede de apoio que faça de nós, empreendedores migrantes, um exemplo a ser bem falado”, disse.
Enmanuel, refugiado venezuelano que participou do encontro em Brasília, proprietário de uma estamparia, também destacou a importância do evento: “Ter um intercâmbio de experiências com outras pessoas refugiadas que já vivenciaram os desafios que eu estou vivenciando é muito valioso”, disse.
Já em São Paulo, Jair, proprietário do restaurante Macondo Raízes Colombianas, abordou os desafios de empreender na pandemia. “A gente cai, levanta, aprende, se reestrutura, não desiste. Assim somos nós, refugiados que empreendem e se recriam para fortalecer o mundo para o bem”, declarou.
Plataforma Refugiados Empreendedores
Atualmente, há mais de 120 negócios listados na Plataforma Refugiados Empreendedores. Eles estão distribuídos em 37 cidades brasileiras, sendo majoritariamente compostos por mulheres de nacionalidade venezuelana que lideram empreendimentos no segmento da gastronomia. A relevância da Plataforma foi, inclusive, destacada no Global Roadmap for Refugee Entrepreneurship, estudo do ACNUR e Impact Hub sobre as melhores práticas globais em empreendedorismo promovidas pelos escritórios da agência.
“Nosso objetivo em promover encontros presenciais é reforçar esses laços e redes de apoio entre os próprios empreendedores. Essa conexão é fundamental para que os negócios cresçam ainda mais, já que muitas vezes os desafios e oportunidades são similares. O empreendedorismo é uma das principais fontes de renda de pessoas refugiadas no Brasil, em muitos casos sendo a principal receita de sustento das famílias, então esse suporte é fundamental”, ressalta Vanessa Tarantini, Assessora de Meios de Vida do ACNUR.