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Equipe de Refugiados inspira e faz história na Olimpíada de Paris

Comunicados à imprensa

Equipe de Refugiados inspira e faz história na Olimpíada de Paris

13 Agosto 2024

Duas semanas de celebração de esportes em Paris, que começaram com sorrisos sob a chuva no Rio Sena, terminaram com alegria e orgulho para a Equipe Olímpica de Refugiados, incluindo a sua primeira medalha olímpica.

A Equipe Olímpica de Refugiados foi criada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e pela Fundação Refúgio Olímpico (ORF), com o apoio do ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados. Ela surgiu para dar aos atletas que foram forçados a se deslocar a chance de mostrar seus talentos no maior evento esportivo do mundo. A equipe fez sua primeira aparição nos Jogos Olímpicos do Rio 2016.

Os dois porta-bandeira da Equipe Olímpica de Refugiados do COI, Kasra Mehdipournejad (última à direita) e Farida Abaroge (terceira da direita para a esquerda), participaram da Cerimônia de Encerramento de Paris 2024 no Stade de France. © Jamie Squire/Getty Images Sport

"Esses atletas refugiados superaram desafios imensos. O seu sucesso é um lembrete para o mundo do que pode ser alcançado quando os refugiados recebem apoio para conseguir realizar seus sonhos", disse a vice-alta comissária das Nações Unidas para Refugiados, Kelly Clements, que assistiu à participação da equipe na cerimônia de encerramento, no último domingo (11).

"Depois de um jogo histórico para a Equipe Olímpica de Refugiados, podemos dizer com certeza que esses 37 atletas demonstraram o que os refugiados podem alcançar se tiverem a oportunidade de prosperar", avaliou Jojo Ferris, diretora da Fundação Refúgio Olímpico.

A boxeadora Cindy Ngamba ganhou o bronze na categoria 75 kg feminino, tornando-se a primeira integrante da Equipe Olímpica de Refugiados a subir ao pódio.

"É uma honra e um privilégio não apenas representar a equipe de refugiados, mas também me tornar a primeira atleta a ganhar uma medalha olímpica para ela. Espero que esta medalha seja a primeira de muitas que serão conquistadas por refugiados em futuros Jogos Olímpicos", declarou Cindy.

"Sou apenas uma entre milhões de pessoas que foram forçadas a se deslocar ao redor do mundo e rezo para que minha história possa oferecer esperança e inspiração e mostrar que tudo é possível na vida", acrescentou.

O sucesso histórico de Ngamba foi apenas uma das muitas conquistas notáveis.

No atletismo, Dominic Lokinyomo Lobalu ficou a uma fração de segundo de uma medalha na final masculina dos 5.000 metros no sábado, terminando em quarto lugar.

Mais cedo nos Jogos, Perina Lokure Nakang e Jamal Abdelmaji obtiveram seus melhores resultados pessoais em suas provas: os 800m feminino e os 10.000m masculino, respectivamente.

Na água, três refugiados chegaram às quartas de final da canoagem de velocidade: Fernando Dayan Jorge Enriquez na canoa masculina de 1.000m, Saeid Fazloula no caiaque masculino de 1.000m e Saman Soltani no caiaque feminino de 500m.

Independentemente da posição em que terminaram na competição, todos os membros da Equipe Olímpica de Refugiados, composta por 37 atletas, demonstraram uma enorme determinação e coragem nos 12 esportes pelos quais disputaram em Paris 2024. Eles representam as mais 120 milhões de pessoas que foram forçadas a se deslocar em todo o mundo.

Nos Jogos de Tóquio 2020, 29 atletas refugiados competiram, incluindo a ciclista de estrada Masomah Ali Zada, que liderou a Equipe Olímpica de Refugiados em Paris como chefe de missão e porta-voz. Na cerimônia de abertura em Paris, os porta-bandeira da equipe foram Ngamba e Yahya Al Ghotany, que competiu no taekwondo.

A equipe foi representada durante a cerimônia de encerramento pelos porta- bandeira Farida Abaroge e Kasra Mehdipournejad. Ngamba também subiu ao palco ao lado do presidente do COI Thomas Bach, do nadador francês Léon Marchand e de outros atletas representando os cinco continentes participantes para apagar a chama olímpica, marcando o fim dos Jogos.

Além daqueles que competiram sob a bandeira do COI para Refugiados, outros esportistas também destacaram a força e a resiliência das pessoas que foram forçadas a se deslocar, provando que elas podem alcançar níveis mais altos quando recebem oportunidades e apoio.

Entre eles, está a refugiada iraniana Kimia Alizadeh. Ela era membro da Equipe Olímpica de Refugiados em Tóquio e agora, competindo pela Bulgária, país que a acolheu, ganhou a primeira medalha do país no taekwondo, após conquistar o bronze na categoria feminina de 57 kg.

Enquanto isso, o time de basquete masculino do Sudão do Sul, formado por ex-refugiados, incluindo o apoiador do ACNUR Wenyen Gabriel, representou o continente africano em Paris, vencendo Porto Rico antes de perder para a Sérvia e os Estados Unidos.

Desde a cerimônia de abertura, passando por todas as lutas, competições de corrida e recordes pessoais, até o pódio propriamente dito, a Equipe Olímpica de Refugiados mostrou o poder do esporte para inspirar, elevar e dar esperança a outras pessoas forçadas a se deslocar.

"Quando a chama olímpica se apagar aqui em Paris, o legado da Equipe Olímpica de Refugiados continuará a inspirar a todos nós", concluiu Clements.