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Estudo revela que conflito no Mali já deslocou mais de 200 mil dentro do país

Comunicados à imprensa

Estudo revela que conflito no Mali já deslocou mais de 200 mil dentro do país

Estudo revela que conflito no Mali já deslocou mais de 200 mil dentro do paísNovos dados relacionados à crise humanitária no Mali divulgados por ACNUR revelam que há no país cerca de 85 mil deslocados a mais do que o estimado anteriormente.
5 Novembro 2012

GENEBRA, 05 de novembro de 2012 (ACNUR) – Novos dados relacionados à crise humanitária no Mali divulgados na semana passada pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) revelam que há no país cerca de 85 mil deslocados a mais do que o estimado anteriormente.

O porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards, informou em Genebra que pelo menos 203 mil pessoas se encontram deslocadas internamente no país devido a conflitos armados, de acordo com a Comissão de Deslocamento da População do Mali – um grupo de trabalho liderado pelo ACNUR. Anteriormente, o número de deslocados internos era estimado em cerca de 118 mil pessoas.

Segundo a Comissão, o número revisado reflete em parte o melhor acesso a áreas no norte, como também o aperfeiçoamento da contagem de deslocados [em Bamako, capital do Mali], graças ao trabalho feito pela OIM (Organização Internacional para Migrações). “Nessa área, o número estimado de deslocados passou de 12 mil em junho e julho últimos para 46 mil em setembro”, disse Edwards.

No entanto, também têm existido indicações de novos deslocamentos, com o relato de pessoas em fuga por causa da insegurança geral e da deterioração da situação dos direitos humanos no norte do país, do medo de uma iminente atividade militar, da perda de meios de subsistência e do acesso limitado a serviços básicos.

Edwards disse que a chegada de novos refugiados tem sido verificada igualmente nos países vizinhos. No Níger, foram 3.853 refugiados em setembro e outubro. Em Burkina Faso, foram mil no mês passado. Para o ACNUR e seus parceiros, o acesso para os refugiados tem sido mais difícil em Níger, Burkina Faso e Mauritânia.

“O risco de raptos de trabalhadores humanitários significa que nossas equipes são obrigadas a viajar com escoltas armadas. Os frequentes alertas de segurança têm limitado o acesso aos campos e nossa capacidade de prestar assistência aos refugiados”, revelou Edwards.

Em Burkina Faso, o ACNUR deu início a uma realocação voluntária de refugiados malianos do campo de Ferrerio e de Deou Tamachek na província de Oudalan, no norte do país, para um local melhor e mais seguro, em Goudebou, mais ao sul.

Ferrerio acolhe 9.700 refugiados, e Deou acomoda 2.100. Até agora, cerca de 400 pessoas foram levadas desses locais para Goudebou. Um novo comboio estava previsto para deixar Ferrerio levando 200 refugiados na sexta-feira passada. Comboios de realocação adicionais a partir de outros locais estão planejados para as próximas semanas.

A segurança também é uma preocupação no Níger. As aulas ainda não começaram nos campos, pois as salas de aula continuam em construção. O ACNUR teme que, sem escola, crianças e adolescentes possam retornar ao Mali, onde há o risco de recrutamento por vários grupos armados. A falta de fincanciamento para atividades recreativas e profissionais nos campos significa que muitos refugiados não estão ocupados de forma significativa.

Até esta data, o ACNUR recebeu 41,7% dos US$ 153,7 milhões necessários para prestar assistência aos refugiados e deslocados malianos.