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Evento esportivo promove a integração de jogadores de diferentes nacionalidades em Boa Vista

Comunicados à imprensa

Evento esportivo promove a integração de jogadores de diferentes nacionalidades em Boa Vista

3 Julho 2019
Jogadores brasileiros, venezuelanos e haitianos que participaram do evento Futebol Show se juntam aos profissionais do ACNUR para uma foto conjunta após os jogos. Foto: ACNUR/Aline Maccari

Oswaldo Dias é venezuelano e apaixonado por esportes. No Brasil, o senhor de 60 anos promove há 28 anos o Futebol Show, evento que reúne ex-jogadores, amadores e apaixonados pela modalidade esportiva, envolvendo pessoas de várias idades e nacionalidades. No ano passado,  devido ao expressivo fluxo de venezuelanos para o Brasil, o evento não aconteceu. “Tudo foi muito conturbado”, lembra Oswaldo, que temia pelo fim do tradicional evento. Um ano depois, a realidade é outra.  No último domingo (30/06), com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e da União Europeia, Oswaldo conseguiu reunir jogadores do Brasil, Venezuela e Haiti para jogarem entre si, mas com um componente especial: a participação de jogadores refugiados.

“Um jogo formado por jogadores refugiados e migrantes estimula ainda mais a solidariedade entre os povos, o intercâmbio cultural, criando uma verdadeira irmandade”, afirmou Oswaldo.

Em campo, as três equipes formadas defenderam os clubes recém criados: o “Baré Esporte Clube” foi o nome dado à equipe brasileira, que enfrentou o “Union Haiti”,  formado pelos haitianos que moram em Boa Vista, e a “Selección de Inmigrantes de Venezuela Futbol Club”,  composta pelos venezuelanos que, em sua maioria, vivem nos abrigos da capital de Roraima.

As equipes se enfrentaram entre si e os jogos foram transmitidos ao vivo pela rádio Roraima AM, o que garantiu também uma escuta entusiasmada por parte dos ouvintes locais.

Nem mesmo a chuva típica  desta época do ano desanimou os jogadores no gramado do campo Rei Pelé. Com a dedicação e seriedade de um jogo profissional, os jogadores se esforçaram pela melhor performance esportiva.

Dentro de campo, em cada jogada construída coletivamente, ficou evidente a diversidade dos idiomas presentes. A comunicação em português, espanhol e francês também definia as equipes. Nas arquibancadas, a torcida venezuelana compareceu em peso com gritos de apoio e muita música.

No primeiro jogo, o time do Brasil venceu o dos venezuelanos pelo apertado placar de 3 a 2. Na rodada seguinte, a equipe do Haiti goleou a Venezuela por 6 a 0. A final foi disputada pelos brasileiros do Baré Esporte Clube contra o time do Union Haiti. Em campo, os 90 minutos foram muito disputados, com muita garra por ambos os lados. No decorrer da partida, porém, prevaleceu o coletivo da equipe haitiana, que garantiu a  vitória pelo placar de 6 a 1. Na celebração do título, todos os jogadores estiveram juntos para a confraternização em grupo.

Equipes perfilam no gramado do campo Rei Pelé, em Boa Vista, antes dos jogos começarem. Iniciativa contou com o apoio do ACNUR e da União Europeia. Foto: ACNUR/Aline Maccari

O técnico da equipe da Venezuela, Henry Fermin, de 55 anos, resumiu a proposta do Futebol Show. “Foi uma grande oportunidade de reunir as pessoas refugiadas e migrantes em torno de um evento esportivo que agrega as pessoas, mesmo em tempos tão difíceis”.

Lúcio Every da Silva Ferreira, militar brasileiro da reserva, técnico do time brasileiro, defendeu que “o esporte tem a função de unir as pessoas e  isso é um privilégio por agregar pessoas refugiadas ao redor de uma mesma causa”.

Dentre os animados vencedores do dia, estava o jovem haitiano de 26 anos, Jefte Aurelien, que levantou o troféu de campeão com muito orgulho. Para ele, “foi uma honra partilhar o campo com  brasileiros e venezuelanos. O evento foi um sucesso e se houver uma nova edição no próximo ano,  gostaria de participar novamente”, afirmou o jovem pintor.

Jogadores e técnico da equipe venezuelana posam para uma foto com o objeto mais desejado do torneio em mãos – o troféu de campeão. Foto: ACNUR/Aline Maccari.

Oswaldo Dias, o idealizador do projeto que viu seu evento renascer ao agregar outras nacionalidades, já olha para o futuro pensando em criar uma escolinha de futebol para a construção de novos talentos e laços sociais.  Empenho, dedicação e paixão pelo esporte já estão garantidos por quem hoje reside em Boa Vista.