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Êxodo de refugiados aumenta por causa da violência na Síria

Comunicados à imprensa

Êxodo de refugiados aumenta por causa da violência na Síria

Êxodo de refugiados aumenta por causa da violência na SíriaA violência continua em Aleppo e milhares de pessoas buscam segurança em edifícios públicos. Outras milhares deixam diariamente o país em direção a países vizinhos.
31 Julho 2012

GENEBRA, 31 de julho de 2012 (ACNUR) – A violência continua em Aleppo, maior cidade da Síria, e milhares de pessoas buscam segurança em edifícios públicos. Outras milhares deixam diariamente o país em direção a países vizinhos, que tentam encontrar soluções para lidar com o fluxo crescente de refugiados.

Estimativas indicam que 200 mil pessoas tiveram que deixar Aleppo e áreas vizinhas no último fim de semana. O Crescente Vermelho Árabe Sírio (SARC, em inglês) e outras organizações nacionais registram aproximadamente 300 famílias deslocadas por dia. De 250 a 350 pessoas estão acomodadas em 32 escolas que estão servindo de abrigo, enquanto 7 mil estão em dormitórios universitários.

Apesar das sérias restrições quanto à segurança, funcionários do ACNUR, do SARC e de outras organizações em Aleppo tentam identificar as necessidades das pessoas mais vulneráveis. Em Damasco, o ACNUR está enviando folhas plásticas para isolamento de tendas, colchões, cobertores, utensílios de cozinha, comida enlatada e fraldas para que o SARC distribua.

Na capital síria, por causa dos riscos o ACNUR opera com metade de sua equipe, com visitas limitadas a áreas afetadas e ao entorno de Damasco. Nove linhas telefônicas estão abertas para receber chamadas da população. Estes telefones são também um meio importante para reunir e divulgar informações sobre proteção e acesso a serviços.

"Muitos dos que ligam relatam falta de segurança, medo de bombardeios, escassez de alimentos, água e saneamento, especialmente em áreas como Sayyeda Zainab. As famílias que não conseguem deixar áreas de risco estão solicitando ajuda para realocação", afirmou a porta-voz do ACNUR, Melissa Fleming, em Genebra nesta terça-feira. "Além disso, estrangeiros sem documentos afirmam estar impossibilitados de deixar o país, temendo perseguição e represálias”. 

O governo da Turquia informou a chegada de 2 mil pessoas de Aleppo, vindos da fronteira com Hatay nos últimos dias. "Os relatos mostram as dificuldades ao longo do percurso, incluindo atiradores e bloqueios nas estradas", afirmou Fleming.

Desde o início da crise Síria, em março de 2011, mais de 70 mil pessoas procuraram refúgio na Turquia. O governo turco está dando assistência a mais de 44 mil pessoas em oito campos de refugiados instalados em quatro províncias. A abertura de outros dois campos, que poderão abrigar até 20 mil pessoas, está planejada para as próximas três semanas. Outros locais estão sendo identificados.

Cerca de 1.500 pessoas chegam por dia a Jordânia, principalmente pela fronteira em Daraa, no sul da Síria. O governo jordaniano estima que em torno de 150 mil refugiados sírios entraram no país desde março do ano passado. No domingo, o governo da Jordânia abriu um novo campo de refugiados no norte para aliviar a pressão sobre os centros de trânsito superlotados localizados perto da fronteira. As comunidades locais que recebem os refugiados também estão no limite de seus recursos.

No Líbano, mais de 11 mil sírios cruzaram a fronteira em menos de 2 dias no mês de julho. Famílias de Damasco, Daraa e Souwaieak estão chegando com bagagens em pequenas vans. A maioria dos recém-chegados ainda não tem registro feito pelo ACNUR, e vai diretamente para apartamentos alugados ou hotéis em Beirute ou Monte Líbano. Alguns dizem que esperam encontrar trabalho em Trípoli ou no sul do país. Outros estão concentrados em encontrar acomodação. A maioria disse esperar voltar para a Síria nas próximas semanas.

Ao todo, mais de 34 mil deslocados sírios recebem proteção e assistência do governo libanês, da ONU e de ONGs. Acredita-se que o número real de sírios refugiados no Líbano seja bem maior.

No Iraque, aproximadamente 12 mil refugiados já foram registrados. Nos últimos 10 dias, mais de 20 mil refugiados iraquianos na Síria optaram por voltar ao país de origem. O ACNUR está criando centros de trânsito nas fronteiras com a Síria para garantir que novos refugiados e repatriados obtenham a ajuda necessária.

Alguns sírios procuram proteção em lugares distantes. De acordo com relatórios, de 10 mil a 25 mil pessoas estão na Argélia (70% delas buscaram assistência do ACNUR), 1.305 foram registrados pelo ACNUR no Egito e 400 no Marrocos.

O número total de refugiados sírios registrados até o momento soma mais de 129 mil. Como o êxodo da população síria ainda crescente, o ACNUR busca apoio para arrecadar os US$193 milhões previstos pelo Plano Regional de Resposta aos Refugiados da Síria no Iraque, Jordânia, Líbano e Turquia.