Exposição fotográfica retrata vida de mulheres refugiadas na Costa Rica

SAN JOSÉ, Costa Rica, 8 de março de 2018 (ACNUR) - A coletânea de imagens intitulada “Através dos olhos delas” foi exibida nos dias 5 e 6 de março, e foi visitada por representantes de instituições públicas, das Nações Unidas, organizações da sociedade civil, agências ligadas ao atendimento de refugiados, universidades, crianças da Escola República de Argentina e refugiados.

A exposição é o produto de um processo de empoderamento por meio da arte, liderado pelo grupo de mulheres “Diamante Azul” em parceria com a organização Arte con tacto e com a Universidade Veritas, que também é responsável pelo mural “Mulheres refugiadas e migrantes vivendo em liberdade”, que foi visto as paredes externas do TAM.

Onze mulheres de diferentes países e com diferentes experiências e desafios participaram da criação da mostra. A ação aconteceu para reafirmar a riqueza da diversidade e o potencial de cada uma das mulheres, bem como sua posição enquanto sujeitos que possuem o direito de viver vidas livres de qualquer tipo de violência.

“Fugi da minha casa, fugi do meu país. Tudo foi e ainda é muito doloroso para mim. São feridas abertas e, no entanto, consegui escapar. Cheguei à Costa Rica no meio de um furacão. Não é sempre que a natureza reflete o que passa no seu coração. Quando cheguei, não sabia para onde ir, estava desorientada e perdida, mas a Costa Rica abriu as portas para mim e encontramos instituições que protegem as pessoas. Agora posso olhar para o futuro com confiança e esperança. Com a esperança que faz com que eu continue lutando pelos meus sonhos, a esperança de estar novamente entre as flores, de encontrar um lugar onde eu possa deixar minha criatividade fluir novamente”, contou “Esmeralda”, uma das mulheres que participaram da exposição.

A iniciativa surge para demonstrar a importância da criação coletiva, da Equipe Multifuncional para a prevenção e resposta à violência sexual e de gênero, liderada pelo ACNUR e da qual o Conselho Nacional da Criança, o Instituto Nacional de Mulheres, o Centro de Direitos Sociais do Migrante (CENDERO), HIAS, RET, o Serviço Jesuíta para Migrantes, a Fundação das Mulheres, o Escritório Legal ULaSalle para refugiados e Casabierta também participam. Todos uniram múltiplos esforços para fazer a exposição acontecer.

Marcela Rodríguez-Farrelly, Oficial de Proteção do ACNUR na Costa Rica, comentou que “A igualdade de gênero não é uma mera ideologia. A igualdade de gênero é baseada no respeito dos direitos humanos das mulheres e daqueles que vivem uma sexualidade diversa. Nosso imperativo ético é alcançar a igualdade de gênero e continuar capacitando mulheres e meninas, uma tarefa pendente do nosso tempo e que constitui o maior desafio em matéria de direitos humanos do mundo”.

As oficinas que geraram o mural foram realizadas graças à liderança do CENDEROS (Centro de Direitos Sociais de Migrantes) e da Organização Internacional RET. Posteriormente, em parceria com a Defensoria Pública e em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, criou-se a mostra “Através dos olhos delas”. A exposição faz parte das ações que o ACNUR e seus parceiros desenvolveram em 2017 para a prevenção da violência sexual e de gênero.