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Falta de financiamento agrava a crise do Iêmen

Comunicados à imprensa

Falta de financiamento agrava a crise do Iêmen

Falta de financiamento agrava a crise do IêmenMortes por fome e falta de cuidados médicos se tornam mais frequentes. Resposta humanitária do ACNUR recebeu apenas 1% do financiamento esperado. Doações para ajudar as vítimas dessa crise podem ser feitas aqui.
20 Fevereiro 2017

GENEBRA, Suíça, 20 de fevereiro de 2017 - As pessoas no Iêmen, país devastado pela guerra, estão morrendo de fome e por falta de cuidados médicos em uma situação “além de qualquer catástrofe humanitária”, disse hoje o ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, alertando que a crise provavelmente irá piorar à medida que as necessidades humanitárias não receberem financiamento suficiente.

“Há fome, há muita gente morrendo por falta de cuidados médicos e outras que não estão indo às aulas simplesmente porque as escolas estão sendo usadas como abrigos para pessoas deslocadas”, disse Ayman Gharaibeh, representante do ACNUR no Afeganistão.

“No ano passado, costumávamos dizer que estávamos no meio de uma catástrofe. Agora, dizemos que a crise está além de qualquer catástrofe humanitária já vista”, disse Gharaibeh nos bastidores de uma entrevista coletiva no Palácio das Nações, em Genebra.

“A crise está além de qualquer catástrofe humanitária já vista.”

Com 27 milhões de habitantes, a guerra recomeçou em março de 2015 criando uma situação em que dois terços da população - ou cerca de 18 milhões de pessoas - agora dependem da ajuda externa para sobreviver.

A situação que a maioria das três milhões de pessoas deslocadas de suas casas no Iêmen enfrentam é essencialmente uma luta pela sobrevivência - comida, água e abrigo são prioridade.

Muitos enfrentam condições precárias e inadequadas, e vivem em abrigos superpovoados ou improvisados durante meses e sem proteção suficiente.

Uma resposta eficaz está sendo prejudicada pela insuficiência de fundos que deixou o ACNUR com apenas 1% dos 99,6 milhões de dólares que precisa para continuar suas operações de socorro vital no próximo ano, disse Gharaibeh.

“Estamos no começo do ano - em meados de fevereiro - e é importante que tenhamos contribuições de forma oportuna, por etapas, em um ritmo que nos permita planejar... de forma que o mesmo nível de assistência seja oferecido ao longo do ano”, disse.

Considerando que, em 2016, o ACNUR gastou 76 milhões de dólares em sua resposta de emergência a diferentes ondas de deslocamento e com o armazenamento de itens de socorro no Iêmen, Gharaibeh disse que a Agência começou o ano de 2017 com apenas 600.000 dólares em sua conta bancária.

Ter uma operação totalmente financiada “nos dá a oportunidade de ter diferentes opções, seja para abrigo, seja para o planejamento de ajuda em dinheiro”, acrescentou.

“Sem recursos... teremos mais e mais pessoas definhando nas ruas”.

Em um exemplo do impacto que a escassez de financiamento estava causando, Gharaibeh disse que o ACNUR não poderia continuar com a ajuda financeira que oferece a aproximadamente 2.000 viúvas vulneráveis que necessitam de assistência.

“Avaliações em termos de vulnerabilidade têm sido feitas, mas como não estão sendo combinadas com o financiamento, isso prejudica a nossa reputação e a credibilidade da resposta.

“Sem recursos, não somos úteis no Iêmen. Precisamos ser capazes de identificar as necessidades, os casos prioritários e garantir que somos capazes de responder”.

A situação atual foi agravada por décadas de negligência, cuja herança são instituições fracas, governo pobre e uma economia fraca.

“Todos os aspectos da vida são impactados e sem isso, significa que teremos mais e mais pessoas definhando nas ruas. Um Iêmen instável não vai ser uma região estável, e isso não é do interesse de nenhum de seus vizinhos”.