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Falta de recursos força ACNUR a encerrar programas humanitários na República Democrática do Congo

Comunicados à imprensa

Falta de recursos força ACNUR a encerrar programas humanitários na República Democrática do Congo

2 Agosto 2022
O campo de Kigonze perto de Bunia, na província de Ituri, na República Democrática do Congo, está abrigando mais de 14.000 pessoas forçadas a sair de suas aldeias. Um total de 5,6 milhões de pessoas estão deslocadas dentro da RDC. © ACNUR/Guerchom Ndebo

Devido ao financiamento insuficiente, o ACNUR, Agência da ONU para Refugiados, não consegue responder adequadamente às crescentes necessidades humanitárias de pessoas refugiadas e deslocadas internas na República Democrática do Congo (RDC).

A RDC está entre as operações do ACNUR mais subfinanciadas em todo o mundo. Em 30 de junho de 2022, apenas 19% dos US$ 225 milhões orçados no início do ano estavam garantidos. Isso tem impactos significativos na vida das pessoas forçadas a se deslocar.

As necessidades na RDC são enormes. No início do ano, o país acolheu mais de meio milhão de pessoas refugiadas e solicitantes da condição de refugiado, e contabilizava mais de 5,6 milhões de deslocados internos.

Os combates entre o exército congolês e grupos armados não estatais na província de Kivu do Norte deslocaram outras 160.000 pessoas desde abril. Além disso, o ACNUR e seus parceiros na província de Ituri registraram mais de 800 mortes por ataques de armas de fogo e ataques de facão em comunidades locais, que provocaram a saída de 20.700 pessoas de suas casas.

Durante uma visita à Província de Ituri, na RDC, entre 25 e 28 de julho, a Diretora de Relações Externas do ACNUR, Dominique Hyde, viu em primeira mão a força demonstrada por mulheres, homens e crianças deslocados à força diante do horror, mas também os impactos do subfinanciamento.

No ritmo atual, 82% dos deslocados internos do país não receberão apoio adequado para abrigos. Eles serão forçados a dormir em igrejas, escolas e estádios, ao ar livre, ou poderão tentar retornar às suas casas, apesar do risco de serem alvos de grupos armados.

Todas as crianças têm direito à educação primária, mas na RDC, devido ao subfinanciamento, apenas 16% das crianças refugiadas do Sudão do Sul conseguem frequentar a escola. Nos níveis atuais de financiamento, o ACNUR não consegue apoiar uma única criança refugiada para frequente a escola secundária em 2022.

Sem apoio adicional, o ACNUR será forçado a cortar dinheiro e kits de subsistência para agricultura, pesca e pecuária. Essas lacunas somadas às secas graves na África Oriental e Austral resultarão em muitas pessoas deslocadas passando fome.

Embora a atenção esteja focada em algumas das maiores crises do mundo na Síria, Afeganistão e, mais recentemente, na Ucrânia – outras emergências, muitas delas na África, não conseguiram atrair os mesmos níveis de atenção, apoio e recursos.

Hoje, essas crises subfinanciadas enfrentam uma equação difícil de conflitos, choques climáticos e as consequências socioeconômicas da pandemia de COVID-19, juntamente com os efeitos devastadores da guerra na Ucrânia. Os preços dos alimentos e dos combustíveis estão aumentando drasticamente, exaurindo cada vez mais os recursos humanitários.

A solidariedade internacional para com as pessoas que são forçadas a se deslocar devido à guerra na Ucrânia tem sido impressionante. Precisamos de uma resposta semelhante - e mais apoio financeiro - a todas as crises ao redor do mundo.

Todos os dias, o ACNUR e seus parceiros estão respondendo a essas crises, mas não podemos fazer isso sozinhos. Apelamos urgentemente à comunidade internacional para agir e apoiar as pessoas mais vulneráveis agora.

Este é um resumo do que foi dito pela Diretora da Divisão de Relações Externas do ACNUR, Dominique Hyde – a quem o texto acima pode ser atribuído – na coletiva de imprensa de hoje no Palácio das Nações em Genebra.

Para mais informações sobre este tema, por favor, entre em contato com: