Família de refugiados venezuelanos dribla começo difícil para conquistar estabilidade no Brasil
Família de refugiados venezuelanos dribla começo difícil para conquistar estabilidade no Brasil
“Saí da Venezuela apenas com uma mochila e é algo que não desejo para ninguém. Quando cheguei, me virei como dava... Nesse processo eu fui assaltado, mas eu não tinha nada, levei duas facadas...”, relata o eletricista de 49 anos.
A solidariedade dos brasileiros salvou a sua vida. Depois do incidente, ele foi socorrido por e levado para um hospital público da capital amazonense em estado grave. Aldrix passou cerca de um mês internado até se reabilitar completamente, período em que recebeu acompanhamento da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
“Eu estava quase morto... se não fossem as pessoas, os médicos, assistentes sociais, a equipe, eu não sei onde estaria agora...”
Quando Aldrix deu entrada debilitado em um hospital da cidade, a equipe de assistentes sociais acionou a rede local de proteção formada pelo ACNUR e entidades parceiras, como Instituto Mana, ADRA, Cáritas Arquidiocesana e Hermanitos.
Recuperado, Aldrix foi então acolhido no Abrigo Coroado, coordenado pelas autoridades estaduais. Após receber alta, começou a se organizar para estudar as normas brasileiras de eletricidade (NR-10) e retomar sua antiga profissão na Venezuela: o de eletricista.
Hoje com todos os documentos com emprego formal, ele vive em uma casa alugada com seu filho Alexis e sua nova companheira Miriam, que conheceu durante uma das edições do Corte Solidário, iniciativa de coexistência pacífica implementada pelo Instituto Mana nos espaços de apoio de Manaus.
“Adoramos aqui. Ele gosta muito do lugar, calmo, do peixe. Ainda mais agora, com a nossa casinha...”, celebra Miriam.
O ACNUR tem implementado uma estratégia com diversas contrapartes para fornecer assistência a pessoas em deslocamento forçado que chegam a Manaus, em especial vindos da Venezuela.
“Buscamos apoiar as pessoas nas suas mais diversas necessidades, desde proteção, acesso a documentação, itens de necessidade básica, até interiorização ou oportunidades no mercado de trabalho.”, explica a chefa do escritório do ACNUR em Manaus, Sara Angheleddu.
E quem celebra as ações é Aldrix. Com tanta história para contar, ele também acredita no poder da transformação por meio das pessoas.
“Eu acredito na transformação. Mas ela só vai acontecer se a gente se juntar, se todos estiverem unidos, as pessoas, as empresas... todos unidos”, finaliza.