Famílias refugiadas assistem à pré-estreia do documentário “Resistência”, em Brasília
Famílias refugiadas assistem à pré-estreia do documentário “Resistência”, em Brasília
“A gente vê o Carnaval do Brasil desde a Venezuela como algo muito grande, um evento muito feliz, e o sonho de todo o mundo é conhecer esta festa tão significativa. Ver uma venezuelana como nós participando é um sonho!”, resumiu Ambar.
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) convidou mais de 100 pessoas refugiadas que vivem no Distrito Federal para assistir à pré-estreia do filme, em Brasília, na noite de quarta-feira (29).
A venezuelana Anabel Sarmiento também se emocionou com o que viu na tela. “Senti uma grande satisfação em ver o filme e saber que nos levaram em consideração. Foi uma noite excelente, magnífica”, disse. Por sua vez, a refugiada Donna Torrealba, que estava acompanhada da filha, descreveu um sentimento de redescoberta ao assistir ao filme: “A palavra 'resistência', no meu país, traz muitas lembranças. Foi uma experiência incrível e muito linda”.
Para o representante do ACNUR no Brasil, Jose Egas, além daquelas que aparecem no filme, há inúmeras outras histórias de sucesso no país, centenas de pessoas que já estão integradas, que retomaram seu empreendedorismo, que continuam a estudar e que reiniciaram suas vidas. “O documentário é uma amostra simbólica destas histórias de sucesso, mais uma amostra que no imaginário brasileiro com seu imenso simbolismo, no carnaval todos somos iguais, e juntos somos um único país”, afirmou.
Refugiados no Sambódromo
No final de abril, 20 pessoas refugiadas entraram no Sambódromo da Marquês de Sapucaí com o Acadêmicos do Salgueiro para cantar o samba-enredo “Resistência”, sobre a cultura das comunidades afrodescendentes no país. O desfile também falou de respeito, valorização e reconhecimento de todas as minorias – inclusive as pessoas refugiadas. Desta forma, houve um casamento perfeito entre o enredo da escola e a mensagem de integração e acolhimento que marca a parceria entre o Salgueiro e o ACNUR.
Com cerca de 25 minutos de duração, o documentário, que acompanha cinco dessas pessoas na jornada até o Sambódromo, produzido pelo ACNUR e pela Rec Design, com direção de Betânia Furtado e produção de Camila Pastura e Renata Figueiredo, que estava presente na pré-estreia. “Foi muito emocionante poder ter contado esta história. Que o filme possa servir de inspiração para o encontro e integração entre as pessoas refugiadas e as populações locais”, disse Renata.
Após a pré-estreia em Brasília, o documentário será inscrito em vários festivais no Brasil e no mundo para, posteriormente, ser vinculado em canais de streaming e mesmo em TVs abertas.
Na noite da pré-estreia, o ACNUR contou com a presença de pessoas refugiadas atendidas pela AVSI Brasil e Aldeias Infantis SOS, bem como pessoas que participam da iniciativa de Proteção de Base Comunitária em São Sebastião (DF). Também estiveram presentes autoridades e representantes do corpo diplomático.