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Feira de empreendedoras reúne mulheres e pessoas LGBTQI+ refugiadas em Brasília

Comunicados à imprensa

Feira de empreendedoras reúne mulheres e pessoas LGBTQI+ refugiadas em Brasília

15 Dezembro 2022
A loja de confecções de Manuela (centro) e da mãe, Gladys, marcou presença na feira no último final de semana, em Brasília. © ACNUR/Vanessa Beltrame
Brasília, 15 de dezembro de 2022 – Mulheres e pessoas LGBTQI+ refugiadas e migrantes que gerenciam seus próprios negócios no Distrito Federal participaram, no último final de semana, de uma feira de empreendedorismo destinada exclusivamente para a comercialização de seus produtos. Durante o evento, que ocorreu no Centro Cultural de Brasília, elas puderam expor e vender suas mercadoriaspara públicos ainda desconhecidos e trocar informações sobre como as empresas têm se adaptado ao atual cenário de comércio local, ampliando os saberes sobre a gestão de vendas e exposição de marca.

A Feira de Empreendedorismo de Mulheres e Pessoas LGBTI+ Refugiadas e Migrantes foi promovida pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) em parceria com o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) e o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR).

Entre os empreendimentos que participaram do evento, estava o ateliê JOY, da ganesa Gladys e de sua filha Manuela. Juntas, elas vendem roupas e acessórios que confeccionam a partir de tecidos de estampas africanas, muitos deles importados de Gana. “Sempre é útil para a gente participar de feiras como estas para ampliar as vendas. Nosso objetivo é vender sempre mais”, resume Gladys, que vive há oito anos no Brasil.

Para o casal de venezuelanos Yeifrank e Michael, empreender foi o caminho encontrado para proporcionar uma vida melhor aos filhos, de 7 e 10 anos, sem renunciar ao tempo em família. Empregados no mercado formal de trabalho como garçom e atendente de padaria, respectivamente, os dois resolveram ampliar a renda familiar com um negócio de vendas de café da manhã e lanches, o Buenos Días, em Samambaia.

Durante o evento, acompanhado dos filhos, o casal vendeu todo o estoque de arepas, empanadas, sanduíches e sucos naturais que havia disponibilizado para a ocasião. “Gostamos de participar, pois estes eventos trazem pessoas diferentes para conhecer nosso negócio, que podem gerar novas encomendas e melhorar nosso serviço por meio de feedbacks”, explica Yeifrank.

As pessoas refugiadas que empreendem em Brasília e em diversas outras cidades contam com o apoio do ACNUR e da Rede Brasil do Pacto Global para divulgar produtos e serviços por meio da plataforma Refugiados Empreendedores. Dentre os mais de 100 inscritos na plataforma, muitos participaram de três encontros regionais que promoveram, neste ano, uma oportunidade de novos conhecimentos e troca de experiências sobre seus negócios no Brasil.

“Uma importante vertente dos trabalhos do ACNUR é assegurar que pessoas refugiadas tenham meios de gerar suas próprias rendas, e o empreendedorismo é um caminho oportuno para esse propósito. Refugiados são pessoas que têm muito a contribuir para o desenvolvimento local com sua cultura e conhecimentos e empreender é uma maneira de reconstruir suas próprias vidas”, afirma Oscar Pineiro, Representante Interino do ACNUR no Brasil.

Marco dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência de Gênero

O evento ocorreu no marco dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência de Gênero, que se encerrou no último sábado, 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

“O empoderamento econômico é uma ferramenta para fortalecer habilidades, autoestima e autonomia, bem como ter melhores mecanismos para enfrentar situações adversas e quebrar de alguma forma ciclos de violência que dificultam a sobreviventes de violência baseada em gênero seguir adiante”, explica a Oficial Associada de Proteção de Violência Baseada em Gênero do ACNUR no Brasil, Eliana Moreno.

Conciliar a fonte de renda e o empoderamento de mulheres refugiadas e migrantes da Venezuela é o objetivo do ateliê O Tesouro das Costureiras, também presente na feira. O empreendimento reúne um grupo de mulheres venezuelanas em São Sebastião que confecciona roupas femininas, masculinas e infantis. “Hoje temos uma loja pequena, então, para a gente, é muito bom ter um espaço como este para vender nossos produtos e, assim, apoiar nossas companheiras a gerarem sua própria renda”, explica Licet, uma das lideranças do ateliê.

Além de roupas, acessórios e lanches, o público de Brasília teve a oportunidade de conhecer produtos de estamparia, joias e artesanato feitos por pessoas refugiadas e migrantes.