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Filme premiado expõe drama de migrações mistas no Mediterrâneo

Comunicados à imprensa

Filme premiado expõe drama de migrações mistas no Mediterrâneo

Filme premiado expõe drama de migrações mistas no MediterrâneoO Alto Comissariado da ONU para Refugiados ajudou a organizar esta semana, em Paris, a première do filme “Terraferma", do diretor italiano Emanuele Crialese.
15 Fevereiro 2012

PARIS, França, 15 de fevereiro (ACNUR) -   O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) ajudou a organizar esta semana, em Paris, a première do filme “Terraferma", do diretor italiano Emanuele Crialese. O filme narra a história de uma pequena ilha do Mediterrâneo, que luta para lidar com o fluxo de turistas e imigrantes náufragos.

A produção franco-italiana "Terraferma" ganhou o prêmio  do júri especial no Festival de Cinema de Veneza, no ano passado. O filme foca a realidade de uma pequena comunidade de pescadores, cuja dinâmica é transformada pela intrusão do mundo exterior.

O estilo de vida da comunidade e suas tradições são colocadas em agudo conflito com o desejo das autoridades de controlar a imigração irregular pelo mar, vinda do norte da África. A lei sacrossanta  dos pescadores  - sempre salvar a vida humana em perigo - é posta a prova pelas diretrizes oficiais de não ajudar os imigrantes ilegais e por alguns dos habitantes da ilha que ganham a vida com o turismo.

"O filme de Crialese questiona a nossa sociedade e todas as outras sobre como respondemos ao sofrimento humano", afirmou o representante do ACNUR na França, Philippe Leclerc, na terça-feira.  "Crialese faz isso descrevendo as reações de uma pequena comunidade de pescadores em uma ilha perto da Sicília e enfocando as diferentes gerações de uma única família. O que está em jogo são os princípios e os valores da comunidade e a responsabilidade de cada indivíduo em aderir a eles ou não."

O premiado diretor, que atuou como o anfitrião da noite em Paris,  e a atriz Timnit T  lamentaram que "Na Europa, há um medo generalizado do outro." Crialese perguntou: "Do que temos medo? A verdadeira civilização  é sobre a descoberta e partilha."

A própria atriz Timnit T, que representa uma refugiada no filme, é de fato uma refugiada do Chifre da África. "O filme me ajudou a ver a minha própria história de outra perspectiva", disse.

A jovem fez a perigosa travessia da Líbia há alguns anos e teve a sorte de sobreviver. O bote em que estava navegando ficou a deriva no mar por 21 dias.  Entre as mais de 70 pessoas a bordo, apenas cinco foram encontradas com vida.

De acordo com estimativas do ACNUR, mais de 1.500 pessoas morreram ou desapareceram ao tentar atravessar o Mediterrâneo para chegar à Europa em 2011.  Isso faz de 2011 o ano mais letal para esta região desde que o ACNUR começou a registrar  estas estatísticas em 2006.

A filmagem foi co-organizada pelo ACNUR e pelos produtores e distribuidores do filme – Filmes Babe e Filmes Bellissima.