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Governo e ACNUR lançam relatório Refúgio em Números e Plataforma Interativa sobre Reconhecimento da Condição de Refugiado no Brasil

Comunicados à imprensa

Governo e ACNUR lançam relatório Refúgio em Números e Plataforma Interativa sobre Reconhecimento da Condição de Refugiado no Brasil

25 Julho 2019
Jose Egas, Representante do ACNUR, participou do evento do Ministério da Justiça e Segurança Pública para apresentar a plataforma interativa © ACNUR / Alan Azevedo

A quarta edição da publicação Refúgio em Números revelou o número total cumulativo de refugiados reconhecidos no Brasil: 11.231. Em 2017 eram 10.145. Apenas em 2018, 1.086 pessoas foram reconhecidas como refugiadas pelo Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE) contra 587 do ano anterior. No total, o Brasil recebeu mais de 80 mil solicitações de refúgio no ano passado, um aumento de 240% em relação a 2017, sendo 61.681 provenientes de venezuelanos.

O relatório traz o panorama mais atual sobre o cenário de refúgio no Brasil. Os dados foram compilados, organizados e publicados hoje (25) pela Coordenação-Geral CONARE, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em Brasília.

Na ocasião, foi lançada também a Plataforma Interativa de Decisões sobre Refúgio no Brasil, fruto de um projeto entre CONARE e a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). A ferramenta é inédita e permite a visualização pública de dados em gráficos e tabelas dinâmicas.

O evento contou com a participação da Secretária Nacional de Justiça, Maria Hilda Marsiaj Pinto, do Coordenador-Geral do CONARE, Bernardo de Almeida Tannuri Laferté, e do Representante do ACNUR no Brasil, Jose Egas.

“Não dá para falar de refúgio no Brasil sem falar de Venezuela”, disse Laferté, que apresentou o Refúgio em Números e os dados mais recentes sobre a conjuntura de refugiados no Brasil e no mundo, inclusive com recortes de idade, gênero e país de origem.

“A estimativa é que mais de quatro milhões de venezuelanos deixaram seu país. No Brasil, 77% das demandas de solicitação de refúgio vêm de venezuelanos”, explicou.

Bernardo Laferté comentou que o trabalho do CONARE só é possível graças às diversas parcerias com a sociedade civil © ACNUR / Alan Azevedo

 

Em uma decisão com impacto importante no cenário nacional, o CONARE reconheceu, em junho de 2019, a situação de “grave e generalizada violação de direitos humanos” na Venezuela.

“Não é uma mudança de critério, é a adoção de um critério complementar. A decisão facilita o processo e a determinação da condição de refugiados venezuelanos no Brasil. Ano passado foram cinco reconhecidos como refugiados da Venezuela e este ano foram cerca de 230”, revela Laferté.

Com a decisão de aplicar a definição ampliada de reconhecimento da condição de refugiado para venezuelanos, a tendência é que o número de reconhecidos siga crescendo.

Ferramenta inovadora permite cruzamento de dados sobre refugiados

Representante do ACNUR no Brasil, José Egas apresentou a Plataforma Interativa de Decisões sobre Refúgio. Trata-se de uma parceria entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública e ACNUR para analisar e publicar dados referentes às decisões tomadas pelo CONARE. A ferramenta é inédita e permite visualização de dados em gráficos e tabelas dinâmicas, além de garantir transparência.

“Essa iniciativa significa o compartilhamento de informações relevantes para a sociedade. O Brasil oferece à comunidade internacional excelentes práticas em relação à proteção e acolhimento de pessoas refugiadas”, defendeu Egas.

A plataforma traz uma análise geral das decisões por país de origem, idade e estado de solicitação, e a análise detalhada para consultas de informações mais específicas. O universo de dados será ampliado aos poucos, a fim de contemplar informações de anos anteriores e decisões de outras instâncias.

O Refúgio em Números é publicado anualmente pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública © ACNUR / Alan Azevedo

 

Para exemplificar, Egas demonstrou o funcionamento da plataforma interativa utilizando dados sobre refugiados sírios. “Tivemos 555 sírios reconhecidos. Desses, 476 foram reconhecidos porque o CONARE entende que há uma situação de grave e generalizada violação de direitos humanos na Síria”, apontou.

A consulta pode ser feita a partir de qualquer país de origem ou desde outros parâmetros como gênero faixa etária e estado federativo onde foi feita a solicitação de reconhecimento da condição de refugiado.

“Renovo o compromisso do ACNUR com o Ministro da Justiça e Segurança Pública e com o CONARE, para que sigamos juntos contribuindo para a proteção dos direitos de solicitantes de reconhecimento da condição de refugiado, refugiados e outras pessoas sob o mandato do ACNUR e também para a contínua divulgação de dados em relação a essas populações”, concluiu Egas.

Agenda de Refúgio no Brasil

O relatório Refúgio em Números traz ainda novidades da agenda do sistema de refúgio no Brasil. O Sisconare, lançado em abril de 2019, é uma delas. É por meio dele que serão apresentadas e tramitadas as solicitações de reconhecimento da condição de refugiado.

O Sisconare incorpora tanto novas solicitações quanto aquelas já existentes. Além de otimizar a análise de processos, o sistema proporciona mais celeridade por parte do Estado às respostas dos interessados, possibilitando mais transparência na tramitação dos processos ao permitir que o solicitante possa identificar em que fase está o seu pedido.

O Programa de Reassentamento de Centro-Americanos também foi destaque no primeiro semestre de 2019. Financiado pelo Governo Brasileiro, coordenado pelo CONARE e com apoio do ACNUR, o programa recebeu, em maio, três famílias originárias de Honduras e El Salvador, que foram acolhidos em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Até o fim de 2019, espera-se que 28 refugiados sejam reassentados no Brasil.

Acesse a metodologia e o glossário da Plataforma Interativa de Decisões sobre Refúgio no Brasil.