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Guterres faz alerta mundial sobre os deslocados no Congo

Comunicados à imprensa

Guterres faz alerta mundial sobre os deslocados no Congo

Guterres faz alerta mundial sobre os deslocados no CongoO Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres, pediu que a comunidade internacional não se esqueça dos congoleses neste momento de necessidade.
16 Outubro 2009

GOMA, República Democrática do Congo, 20 de Outubro (ACNUR) – Comparando as centenas de milhares de civis deslocados na República Democrática do Congo (RDC) às vítimas do tsunami no Oceano Índico em 2004, o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres, pediu, na sexta-feira, que a comunidade internacional não se esqueça dos congoleses neste momento de necessidade.

Durante declaração na cidade congolesa de Goma, epicentro de uma das maiores crises de deslocamento do mundo, Guterres destacou que cerca de 2 milhões de pessoas eram deslocados no país e alertou sobre os grandes desafios que a comunidade internacional enfrenta para atender esses civis.

“Se você observar a situação humanitária na República Democrática do Congo, todas as vítimas – vítimas do conflito, vítimas de doenças, problemas de saúde, de pobreza extrema – os número de pessoas que morrem (a maioria que poderia ser evitada) a cada seis meses é equivalente ao número de vítimas do tsunami na Ásia”, afirmou.

“Agora se você comparar o apoio maciço da comunidade internacional às vítimas do tsunami com o apoio que é dado ao RDC a cada seis meses, há uma clara diferença”, acrescentou Guterres. O tsunami de 2004 matou mais de 200.000 pessoas em países banhados pelo Oceano Índico.

Guterres, que chegou na quinta-feira passada a Goma, capital da província de Kivu Norte, há muito tempo chama a atenção da comunidade internacional para a prolongada crise de deslocamentos e de violência no Congo, apesar dos sinais de um acordo de paz em 2003. Sua visita mais recente à região de Kivu Norte aconteceu em dezembro de 2007. No entanto, ondas esporádicas de violência continuam forçando pessoas a fugirem e deixarem suas casas ou campos.

Na quinta-feira passada, o Alto Comissário visitou vários campos de descolados internos (IDP, na sigla em inglês) em Kivu Norte, bem como na província vizinha de Kivu Sul. Ele fez um tour pelos campos de Shasha e Mubimbi I, que abriga vítimas de múltiplos conflitos que tem assolado a conflituosa região dos Kivus nos últimos três anos.

Agora, muitos dos deslocados estão voltando para suas vilas e começam a reconstruir suas vidas. Por toda a estrada haviam sinais de esperança. É a estação das chuvas e as pessoas que retornavam estavam ocupadas reconstruindo suas casas e organizando plantios de feijão e banana. As escolas também reabriram suas portas.

Os deslocados começaram a retornar em março de 2009, quando o governo congolês e os rebeldes assinaram um acordo de paz. Mas o ritmo acelerou no mês passado, quando cerca de 66.000 pessoas abrigadas em seis campos assistidos pelo Acnur nos arredores de Goma retornaram para suas áreas de origem.

Guterres assegurou o apoio permanente do Acnur tanto para os deslocados quanto para os que estão voltando para casa. Ele disse que aqueles incapazes de regressarem por causa do conflito em suas áreas de origem serão acolhidos nos campos montados pelo Acnur. Já os que estão retornando receberiam da agência todo o apoio que precisam para retomarem sua sua autonomia.

O Alto Comissário também visitará Ruanda antes de participar de uma reunião especial da União Africana sobre deslocados internos. O encontro inédito acontecerá em Kampala, capital de Uganda, desta segunda-feira até sexta.

Por Yusuf Hassan em Goma, República Democrática do Congo