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Inovação para a vida do refugiado é debatida no Festival Path

Comunicados à imprensa

Inovação para a vida do refugiado é debatida no Festival Path

Inovação para a vida do refugiado é debatida no Festival PathMentes inovadoras têm contribuído para facilitar os problemas enfrentados por refugiados, seja criando um aplicativo para que o recém chegado localize serviços importantes na cidade,
18 May 2016

São Paulo, 18 de maio de 2016 (ACNUR) - Mentes inovadoras têm contribuído para facilitar os problemas enfrentados por refugiados, seja criando um aplicativo para que o recém chegado localize serviços importantes na cidade, ou um banco de dados de voluntários para os acompanharem em consultas médicas. A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) apresentou alguns dos seus modelos inovadores no último dia 14 em um painel do Festival Path, maior evento multidisciplinar sobre novas tecnologias, criatividade e tendências de ponta no Brasil, organizado pela empresa Panda Criativo e realizado em São Paulo.

O painel “O Mundo em Refúgio: Inovar para Integrar” causou surpresa na plateia ao trazer estatísticas e quebrar preconceitos sobre a maior crise humanitária contemporânea. Como destacou Vinícius Feitosa, Assistente de Proteção do escritório do ACNUR, mais da metade dos refugiados vive em cidades. O Brasil acompanha a tendência mundial do aumento do número de refugiados. O país recebeu 28.670 pedidos de refúgio no ano passado e acolhe quase 9.000 refugiados já reconhecidos.

"Só no Líbano, cujo território corresponde à metade da área do Estado de Sergipe, há mais de 1 milhão de refugiados. Não procede o argumento da invasão do Brasil por refugiados”, afirmou.

O ACNUR criou em 2014 a Unidade de Inovação (www.innovation.unhcr.org), que funciona como um hub de soluções inovadoras para problemas levantados pela própria população de refugiados. Um dos projetos que a unidade tem apoiado, em parceria com a Fundação IKEA, é o desenvolvimento de um novo modelo de tendas leves e tecnológicas, com 17,5 metros quadrados, que pode ser montada e desmontada rapidamente no atendimento às emergências humanitárias. As tendas foram criadas com base nas demandas de refugiados por melhoria em suas condições básicas de vida, privacidade e segurança. Trazem, inclusive, acesso à carregadores de celulares a partir da energia solar. O projeto e a fabricação das tendas estão sob os cuidados da organização Better Shelter (www.bettershelter.org).

“O trabalho de inovação do ACNUR tem como princípio a demanda real do refugiado. Queremos que qualquer criação esteja completamente baseada em suas realidades”, disse Feitosa.

O conceito de refúgio está associado ao da resiliência, explicou o funcionário do ACNUR. Muitos refugiados são desafiados a se adaptar rapidamente à cultura, ao idioma e às idiossincrasias de um novo país. No Brasil, o ACNUR firmou parceria com a empresa EMDOC para criar o Programa de Apoio para Recolocação dos Refugiados (PARR). Também concebeu o projeto #Meu Olhar, que tem como objetivo empoderar crianças por meio da fotografia para que elas expressem sua visão sobre o processo de integração no Brasil, sendo este projeto realizado em parceria com a organização não-governamental IKMR e com apoio do Studio Pier 88.

Outro modelo brasileiro de empreendedorismo social na área do refúgio foi criado pelo argentino Jonathan Berezovsky, fundador da organização Migraflix e um dos palestrantes do painel no Festival Path. O Migraflix promove workshops de refugiados de diferentes origens, o que permite a geração de empatia entre brasileiros e esses estrangeiros por meio do ensino da sua cultura e de seus hábitos - e não da visão sobre a guerra. “O objetivo é também gerar renda a partir dos talentos que os imigrantes compartilham com os locais que pagam pelo workshop. Nesse processo intercultural, os dois lados saem ganhando”, disse Berezovsky.

O refugiado sírio Talal al-Tinawe, que também participou do painel, é um dos usuários do Migraflix. Há dois anos no Brasil, esse engenheiro mecânico atualmente dirige seu restaurante recém-inaugurado em São Paulo, fruto de uma campanha online de crowdfunding.

Como forma de mobilizar a audiência e interessados sobre o tema, o ACNUR igualmente apoia a competição internacional What Design Can Do (www.whatdesigncando.com), com o objetivo de financiar ideias criativas para melhorar as condições de vidas dos refugiados. As inscrições terminam no dia 20 de maio. No Brasil, a agência está apoiando a realização de um Hackaton, a ser realizado nos dias 25 e 26 de junho pelo Migraflix, com o apoio da Impact Hub. O evento pretende obter a aceleração de soluções inovadoras e utilizáveis para os problemas que afrontam os refugiados e outros grupos de imigrantes que moram no Brasil. Mais informações no link www.facebook.com/events/1728852770665024/

Por Denise Chrispim, de São Paulo.