Close sites icon close
Search form

Pesquisar o site do país.

Country profile

Country website

Longe dos pais, jovem refugiada no Sudão do Sul é novamente forçada a se deslocar

Comunicados à imprensa

Longe dos pais, jovem refugiada no Sudão do Sul é novamente forçada a se deslocar

Longe dos pais, jovem refugiada no Sudão do Sul é novamente forçada a se deslocarMais de 70 mil refugiados vivem em Yida, e estima-se que 1.750 menores chegaram desacompanhados. O ACNUR protege e assiste as crianças refugiadas desacompanhadas.
22 Abril 2013

YIDA, Sudão do Sul, 22 de abril (ACNUR) – Por quatro dias, Hiba Ishmail Al Haji, de 16 anos, e sua irmã caminharam pela mata para escapar de bombardeios no Estado de Kordofan do Sul, no Sudão, que já tinha separado as meninas de seus pais. Ao longo do caminho elas precisaram pedir água e comida para moradores locais, atravessaram postos militares e lutaram  contra doenças.

Chegando ao Sudão do Sul elas foram para Yida, um campo de refugiados estabelecido em 2011 por pessoas que deixaram a violência no Sudão. Lá encontraram abrigo em um local onde estão outras crianças desacompanhadas.

Isto foi há um ano. No mês passado, Hiba e outras meninas precisaram se deslocar de novo após uma troca de tiros que deixou um policial morto em Yida. Ainda não se sabe o motivo do tiroteio, a vida no campo voltou ao normal, mas o incidente fez com que 60 meninas temessem por sua  segurança.“Durante o tiroteio, um homem que acredito ser um policial disse para ficarmos abaixadas”, conta Hiba. “Assim que o tiroteio parou, todas as meninas saíram correndo  tentandoencontrar famílias para abrigá-las”.

Hiba abrigou-se na casa de uma família que fugiu durante o tiroteio e passou a noite sozinha.A família voltou no dia seguinte e disse que a menina poderia ficar. “Na nossa cultura, , devemos ajudar um  membro do grupo que esteja precisando”, disse Um Juma Hamid, que cuida de seus cinco filhos e de uma outra criança.O ACNUR, que tem ajudado as meninas com a contratação de uma cuidadora, distribuindo itens de assitência básica, comida e melhorando as condições de segurança no entorno das instalações, agora trabalha para saber onde estão as meninas e reuni-las com sua família ou com famílias temporárias

A oficial de Proteção do ACNUR, Carolyn Akello, , disse que a maioria das famílias de acolhida, e até mesmo familiares das meninas, não têm condições de cuidar de mais crianças. “Estamos identificando as necessidades das meninas e das famílias que as acolhem para aliviar um pouco a situação”, disse ela.Em voz baixa, Hiba disse que ainda está se acostumando ao novo lar. Existem mais tarefas e o abrigo da família não é grande o suficiente para todos, então ela dorme em um banco do lado de fora. “Eu quero ficar, mas precisamos de ajuda”, disse ela.

O ACNUR está providenciando uma assistência adicional, materiais para abrigo e outros itens de emergência, segundo Akello. “Queremos manter as meninas em comunidades, longedoscomplexos”, disse. Muitas meninas têm parentes aqui e com alguma assistência adicional as famílias serão capazes de cuidardelas”.

Mais de 70 mil refugiados vivem em Yida, e estima-se que 1.750 menores chegaram desacompanhados. O ACNUR busca proteger crianças desacompanhadas reunindo-as com familiares ou colocando-as com famílias temporárias.

A agência da ONU para refugiados tem expressado sua preocupação com a presença de pessoas armadas em Yida e sobre a sua proximidade à fronteira militarizada e ainda disputada. Além de comprometer severamente o carácter civil do assentamento, a presença de armas no campo dificulta enormemente a capacidade do ACNUR de proteger os refugiados.

Em 30 de março, o ACNUR abriu um novo campo de refugiados nos arredores com capacidade para acomodar até 20 mil refugiados. O campo de Ajoung Thok permite o acesso à educação, saúde e oportunidades de subsistência.

Embora sua família adotiva não tenha planos imediatos de mudar-se para Ajoung Thok, os estudos são prioridade para Hiba, que preocupa-se com seu futuro. “Não havia escolas na minha aldeia”, disse ela. “Enquanto estiver em paz e puder estudar,  não quero voltar para casa”.

Por Tim Irwin em Yida, Sudão do Sul

Obrigado ao voluntário do UNV Online, Emílio de Freitas, pelo apoio na tradução deste texto do inglês.