Mais de 168 mil rohingyas deixaram Mianmar desde 2012
Mais de 168 mil rohingyas deixaram Mianmar desde 2012
BANGKOK, Tailândia, 04 de maio de 2017 – Estima-se que mais de 168.000 rohingyas tenham deixado Mianmar nos últimos cinco anos devido à violência, aponta um novo relatório do ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, sobre o deslocamento forçado no Sudeste Asiático.
A recém-lançada publicação, 2016 Report on Mixed Movements in South-East Asia, destaca as complexas dinâmicas que motivam os contínuos êxodos do estado de Rakhine. Integram as fontes que colaboraram com o relatório o governo, ONGs, notícias veiculadas na mídia, assim como mais de 1.000 entrevistas feitas diretamente com a comunidade rohingya na região.
Ainda que o deslocamento dos rohingyas já ocorra há décadas, o fato ganhou destaque na imprensa em outubro do ano passado quando ataques a postos fronteiriços localizados ao norte do estado de Rakhine desencadearam uma operação de segurança que forçou a movimentação de cerca de 43 mil civis para Bangladesh até o final de 2016. Até fevereiro deste ano, estima-se que esse número tenha chegado a 74 mil pessoas.
Muitos dos que chegaram recentemente aos campos e abrigos improvisados de Bangladesh relataram ao ACNUR a ocorrência de incêndios, saques, tiroteios, estupros e detenções dos quais tiveram que fugir em seu país.
“Essas crianças, mulheres e homens estão extremamente vulneráveis. A menos que ações urgentes sejam tomadas, eles correm riscos de sofrerem novas violações mesmo que já estejam em outro país”, afirmou Shinji Kubo, Representante do ACNUR em Bangladesh. “Muitos deles necessitam de abrigos adequados antes que a estação das chuvas tenha início. Sem o apoio adequado, eles também estarão expostos a riscos como trabalho infantil, violência sexual e de gênero e tráfico humano”.
Antes dos recentes atos de violência, a Malásia era o destino preferido de muitos rohingyas. Entre 2012 e 2015, cerca de 112.500 deles arriscaram suas vidas em embarcações clandestinas na Baía de Bengala e no mar de Andaman na esperança de chegar à Malásia, onde há uma comunidade rohingya e possibilidades de trabalho no mercado informal.
Entre as pessoas que fizeram a jornada marítima estão as que fugiram da violência em Rakhine em 2012, e aquelas enfrentavam de forma desesperadora as restrições como a liberdade de movimento, o acesso a serviços e aos meios de subsistência