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Mais de 650 estudantes do país recebem formação do ACNUR em Jornalismo Humanitário

Comunicados à imprensa

Mais de 650 estudantes do país recebem formação do ACNUR em Jornalismo Humanitário

2 Dezembro 2022
Curso de Jornalismo humanitário realizado na PUC Minas, em Belo Horizonte. ©PUC Minas/Raphael Calixto
Brasília, 2 de dezembro de 2022 (ACNUR) – Um total de 673 estudantes de jornalismo de 36 Instituições de Ensino Superior do país receberam, em outubro e novembro deste ano, uma formação em Jornalismo Humanitário por meio de um curso oferecido pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e Cátedra Sergio Vieira de Mello (CSVM).  

O Curso de Jornalismo Humanitário, com duração de oito horas, foi realizado presencialmente na PUC Minas, em Belo Horizonte, na Universidade Federal de Roraima (UFRR), em Boa Vista, e na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis. Os workshops foram transmitidos simultaneamente para estudantes de outras universidades, cobrindo todas as regiões brasileiras. 

A jornalista e comunicadora venezuelana Yesica Morais foi uma das palestrantes do curso em Boa Vista. Ela mantém, em redes sociais, perfis em que realiza a cobertura noticiosa da situação da fronteira do Brasil, com informações relevantes sobre serviços direcionadas a pessoas refugiadas. O relato de Yesica sobre seu trabalho impactou positivamente os estudantes participantes. 

“Tentei conscientizar estes futuros jornalistas a enxergar de outra perspectiva a situação de pessoas refugiadas e migrantes e conseguir repassar essas informações ao leitor final com um olhar mais humano. Gostaria de fazê-los entender e compreender a situação de vulnerabilidade em que se encontram os refugiados e migrantes, mas também ressaltar as capacidades que eles têm e tudo o que podem contribuir para sua comunidade”, relata Yesica. 

Em Belo Horizonte e em Florianópolis, o jornalista venezuelano Carlos Escalona, que trabalhou em uma emissora pública de televisão em seu país natal e hoje atua na área da comunicação no Brasil, contou aos estudantes sobre sua jornada. Carlos já participou de outros projetos de comunicação do ACNUR, como o podcast Refúgio em Pauta e a exposição Jornalistas Refugiados

Ele defende que um entendimento mais amplo sobre o contexto humanitário do deslocamento forçado ajuda a “derrubar barreiras e construir pontes” entre as pessoas. “O curso é muito importante, não apenas nas universidades, mas para a comunidade como um todo, para que se tirem muitos preconceitos sobre os refugiados que estão chegando em busca de proteção no Brasil. Contar as histórias dessas pessoas, a nossa história, é importante para levar esta mensagem”, disse.  

Trabalho da imprensa 

Os jornalistas, muitas vezes, são as primeiras pessoas a chegar ao local de uma emergência humanitária. Assim, o trabalho da imprensa é um componente fundamental para a proteção das pessoas refugiadas e forçadas a se deslocar. O ACNUR reconhece o grande impacto do trabalho dos profissionais da mídia nestas situações. 

“Em todo o mundo, o ACNUR trabalha de perto com jornalistas e veículos de comunicação, encorajando a produção de conteúdo sobre deslocamento forçado. Por meio destas oficinas, esperamos ter contribuído com os jornalistas do futuro, para que possam ter mais conhecimento sobre os termos técnicos e as especificidades da cobertura jornalística humanitária, mas também estarem mais sensíveis à situação”, afirma o Oficial de Comunicação do ACNUR no Brasil, Luiz Fernando Godinho. 

A programação incluiu um módulo com conceitos e fontes de informação para entender o contexto do refúgio no Brasil, com a participação de representantes do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), bem como um treinamento sobre a comunicação como ferramenta de enfrentamento às informações falsas, à xenofobia e ao racismo.  

Os estudantes que participaram do curso avaliaram o programa de maneira positiva. Para o estudante de jornalismo da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Mateus Ronelle, que acompanhou o curso de forma remota, o treinamento foi a oportunidade de conhecer uma grande causa humanitária. “Foi muito gratificante e importante não só para o meu desempenho profissional, mas humano”, disse. 

Por sua vez, a estudante Júlia Alves, da PUC Minas, afirmou que o curso ampliou seu conhecimento para a produção jornalística de diferentes pautas. “Achei de muita importância o evento, aprendi sobre o assunto de uma maneira que nunca pensei”, afirmou.  

Sobre a Cátedra Sérgio Vieira de Mello 

Desde 2003, o ACNUR implementa a Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM), promovendo ações conjuntas com as instituições de ensino superior em três linhas de ação: ensino universitário, pesquisa acadêmica e projetos de extensão que atendam as demandas das pessoas refugiadas. 

Atualmente, 37 universidades públicas e privadas localizadas em 13 Unidades da Federação e no Distrito Federal integram a CSVM. Além de difundir o ensino universitário sobre temas relacionados ao Direito Internacional dos Refugiados, a Cátedra também visa promover a formação acadêmica e a capacitação de professores e estudantes na temática. As ações da CSVM estão listadas no relatório anual de atividades, produzido pelo ACNUR.