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Membro do Parlamento sueco busca ajudar jovens refugiados

Comunicados à imprensa

Membro do Parlamento sueco busca ajudar jovens refugiados

Membro do Parlamento sueco busca ajudar jovens refugiadosComo parlamentar sueco, Hanif Bali está especialmente interessando no bem estar de crianças refugiadas desacompanhadas em sua pátria adotiva.
12 Janeiro 2011

ESTOCOLMO, Suécia, 12 de Janeiro (ACNUR) – Como parlamentar sueco, Hanif Bali está especialmente interessando no bem estar de crianças refugiadas desacompanhadas em sua pátria adotiva.

Esta é uma questão que o jovem rapaz de 23 anos viveu em primeira mão. Nascido no Irã em 1987, ele e seus pais fugiram para o Iraque para escapar de perseguições políticas. Quando, em 1990, as tropas lideradas pelos Estados Unidos começaram a bombardear o Iraque para expulsar as forças iraquianas do Kuwait, os pais de Bali o mandaram para a Suécia através de traficantes de pessoas. Ele chegou a Estocolmo vulnerável e sozinho.

Nos anos seguintes, ele viveu com 13 diferentes famílias adotivas pelo país. A maioria dessas famílias era de origem iraniana, mas ele também tem boas lembranças da família sueca com quem morou em Gråbo, no sul da Suécia. “Tive a chance de experimentar como é a vida de uma família sueca, o que significou muito para mim”, relembra.

Apesar de sua infância ter sido instável, suas experiências na juventude o ajudaram a moldar suas visões e prioridades políticas. Ele ficou determinado, entre outros objetivos, a ajudar pessoas que também tivessem sido separadas de suas famílias e tivessem crescido sozinhas em outro continente.

Não havia muito que ele podia fazer até completar 18 anos e se tornar um cidadão sueco, o que lhe deu direito ao voto, faculdade que ele exerceu por primeira vez em 2006. Mas Bali queria fazer mais, e o inteligente rapaz decidiu concorrer nas últimas eleições gerais como candidato do Partido Moderado, de centro-direita, cuja à ala juvenil ele se afiliou aos 16 anos.

Bali não hesitou em pressionar por um melhor acordo para as crianças refugiadas desacompanhadas – 1.250 conseguiram refúgio na Suécia em 2010, a maioria vindas do Afeganistão e da Somália – e por uma atitude mais sensível. “Temos que parar de falar dessas crianças em uma base industrial. Colocá-las em abrigos institucionais não é o caminho para integrá-las à sociedade”, ele ressaltou.

“A melhor coisa que podemos oferecer às crianças é colocá-las em uma família, onde elas possam construir laços sociais significativos. Também temos que perceber que tomar conta de uma criança refugiada pode ser uma tarefa em tempo integral, e a compensação financeira deve refletir isso”, ele falou ao ACNUR.

Quando colegas do partido na municipalidade de Vellinge, no sul da Suécia, recusou-se em 2009 a receber crianças refugiadas, a crítica de Hanif foi implacável. “Não acredito em acordos forçando municipalidades a receberem refugiados, mas a situação de uma criança refugiada desacompanhada é grave e precisamos que mais municipalidades tomem responsabilidade”, ele disse.

Integração também é uma questão sensível para ele, que tem tentado combater algumas impressões equivocadas sobre refugiados. “Podemos simplesmente ignorar que as pessoas comem peixe ou falafel em casa?”, questionou em um artigo recentemente publicado no jornal de Aftonbladet.

Bali disse ser importante que os esforços de integração sejam desenvolvidos com responsabilidade. “Penso que as municipalidades que fazem uma má administração dos processos de integração devem ser sancionadas”, ele declarou ao ACNUR.

O novo membro do parlamento de Estocolmo, eleito pelo distrito de Solna, acredita que a integração tem sido erroneamente tratada na Suécia como uma área de políticas à parte, separada do resto. Ele disse que a integração falhou nas municipalidades onde as políticas em áreas chaves, como educação e emprego, são fracas.

“Uma boa opção é usar o mesmo modelo para nativos e imigrantes, como em Solna,” declarou, acrescentando que “políticas de integração funcionais são possíveis, mas políticos precisam entender o que funciona e  que não”.

Bali afirmou que espera o dia em que os refugiados virão à Suécia não apenas fugindo de perseguições e conflitos, mas também porque sabem que terão possibilidades de construir um futuro melhor no país.

Ele construiu um brilhante futuro para si mesmo e agora está tentando ajudar outros a alcançar seus objetivos. Mas nunca esqueceu as terras que ele nunca teve oportunidade de conhecer – Irã e Iraque, país onde seus pais continuam morando.

Kristin Lohse em Estocolmo, Suécia