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Milhares de deslocados pela intensificação dos conflitos na República Centro- Africana

Comunicados à imprensa

Milhares de deslocados pela intensificação dos conflitos na República Centro- Africana

Milhares de deslocados pela intensificação dos conflitos na República Centro- AfricanaA intensificação dos conflitos na República Centro-Africana (RCA) provocou novos deslocamentos no conturbado país, com milhares de pessoas fugindo de suas casas.
16 May 2014

BANGUI, República Centro-Africana, 16 de maio (ACNUR) – A intensificação dos conflitos na República Centro-Africana (RCA) provocou novos deslocamentos no conturbado país, com milhares de pessoas fugindo de suas casas, relatou a Agência da ONU para Refugiados nessa sexta-feira.

"Em 2 de maio, mais de 23.000 pessoas se deslocaram na região de Kaga Bandoro, quase o dobro de pessoas contabilizadas um mês antes",  disse aos jornalistas em Genebra, o porta-voz do ACNUR Adrian Edwards. "Devido aos combates que ocorreram na semana passada, mais pessoas tiveram que deixar suas casas. No entanto, as agências de ajuda humanitária estão impedidas de verificar os números exatos", ele acrescentou.

A maioria dos deslocados é composta por cristãos, principalmente mulheres e crianças. Muitos dos homens estão se escondendo devido ao medo de serem atacados pelos grupos armados. Treze mortes foram relatadas em meio aos conflitos do dia 9 de maio. A maior parte dos deslocados está concentrada em várias áreas da igreja em Dekoa, uma cidade ao sul de Kaga Bandoro.

"Esses deslocados precisam urgentemente de proteção física, comida, itens não alimentares, água, saneamento e outros tipos de assistência", disse Edwards. Embora se tenha fornecido alimentos para essas pessoas, por meio das agências parceiras do ACNUR, elas estão consumindo suas reservas alimentares muito rápido e não estão cultivando em seus campos devido ao medo de ataques. Além disso, um alto índice de diarreia está sendo apresentado entre as crianças.

Nem todos os deslocados são novos ou estão nessa condição pela primeira vez. Entre os deslocados internos (IDPs, sigla em inglês) estão alguns que não conseguiram retornar para suas casas desde fevereiro, após terem suas aldeias atacadas. Muitos vivem se deslocando e se escondendo na mata, o que torna difícil a obtenção de ajuda para eles.

O ACNUR, em colaboração com outras agências da ONU, está fornecendo abrigos e assistência não alimentar, incluindo lonas, cobertores, colchões, kits de cozinha, baldes e galões. "Continuamos a reiterar a todas as partes nesse conflito que permitam o acesso aos deslocados internos para que se possa entregar ajuda humanitária", disse o porta-voz Edwards.

Novos deslocamentos também estão acontecendo no noroeste da RDC. Edwards disse que o ACNUR registrou 2.445 deslocados em Paoua, na província de Ouham Pendé, depois dos ataques que ocorreram no início do mês de maio próximo à cidade. Pessoas estão fugindo para a mata na vizinhança da província de Ouham depois dos ataques da última terça-feira na cidade de Markounda.

Dada a proximidade dessas áreas com o Chade, o ACNUR pediu para as autoridades chadianas que continuem permitindo o acesso das pessoas que estão fugindo da RDC para o seu território, bem como propiciar acesso aos procedimentos de asilo, pois elas precisam de segurança. "Nós admiramos que tantas pessoas tenham sido capazes de buscar refúgio lá – cerca de 8.000 desde dezembro", disse Edwards.

A situação em Bangui difere das demais localidades da RDC. Apesar da situação volátil da segurança, alguns deslocados internos têm gradualmente voltado. Na terça-feira, havia 135.050 deslocados internos vivendo em 43 lugares na capital, em comparação com os 142.635 da semana anterior.

Em toda a RDC, o número de deslocados internos, atualmente, é estimado em 560.000, incluindo 135.050 pessoas em Bangui, enquanto mais de 115.500 centro-africanos fugiram para Camarões, Chade, República Democrática do Congo e República do Congo desde dezembro.

Por Aikaterini Kitidi em Bangui, República Centro-Africana