Close sites icon close
Search form

Pesquisar o site do país.

Country profile

Country website

Milhares deixam a fronteira da Tunísia e começam a voltar para casa

Comunicados à imprensa

Milhares deixam a fronteira da Tunísia e começam a voltar para casa

Milhares deixam a fronteira da Tunísia e começam a voltar para casaO ACNUR e a OIM iniciaram hoje, na Tunísia, uma operação para retirar dezenas de milhares de pessoas da fronteira com a Líbia e levá-las para seus países de origem.
3 Março 2011

GENEBRA, 3 de março de 2011 (ACNUR) – O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e a Organização Internacional para Migrações (OIM) iniciaram hoje, na Tunísia, uma operação para retirar dezenas de milhares de pessoas da fronteira com a Líbia e levá-las para seus países de origem. Mais de 50 vôos estavam planejados para esta quinta-feira, repatriando migrantes trabalhadores, a maioria deles egípcios. Na noite de quarta-feira, o ACNUR repatriou 177 pessoas para o Egito.

Desde que o início dos protestos contrários ao governo da Líbia, cerca de 170 mil pessoas já deixaram o país (mais de 90 mil fugiram em direção à Líbia e outros 80 mil cruzaram a fronteira com o Egito). Nas últimas 24 horas, cerca de 9 mil pessoas cruzaram a fronteira com a Tunísia.

 O Egito organizou cerca de 30 vôos. França, Itália e Reino Unido estão contribuindo com transporte aéreo, enquanto que o ACNUR e a OIM estão fretando aviões. O governo tunisiano afirmou na quarta-feira que cerca de 25 mil pessoas na fronteira tinham necessidades urgentes de transporte.

O Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, ao descrever o processo de retirada como um “pesadelo logístico” disse à emissora de televisão britânica BBC que “os países ricos trouxeram para casa seus nacionais” e que “agora é tempo de ajudar as pessoas de nações pobres a voltar para seus lares”.

Funcionários do ACNUR na fronteira afirmaram que pessoas continuavam chegando nessa quinta-feira, no entanto, em quantidade menor. Não está claro se as pessoas estavam sendo impedidas de deixar a Líbia, país que possuía, antes do início dos conflitos, cerca de 1,5 milhão de trabalhadores migrantes.

Muitos dos que chegam são do Egito. Embora 75% dos egípcios já tenham sido repatriados, estima-se que ainda existam 12 mil deles na Tunísia. Na fronteira, equipes do ACNUR contataram pessoas de mais de 20 nacionalidades diferentes, incluindo um grupo de 5,3 mil bengaleses.

Nesta quinta-feira, Guterres reiterou sua preocupação com a população sob o mandato do ACNUR na Líbia: mais de oito mil refugiados e outros três mil solicitantes de refúgio registrados – o número real pode ser ainda maior.

O Alto Comissário afirmou que o ACNUR vem conversando com países de reassentamento a fim de tentar encontrar soluções para os refugiados da Líbia, assim como aqueles que conseguiram fugir do país, incluindo civis da Somália e Eritréia. Pessoas da África subsaariana foram detidas na Líbia devido a rumores que elas poderiam ser mercenárias.

Enquanto isso, o ACNUR continua a levar tendas e outros itens humanitários para a fronteira, onde um acampamento foi montado em um novo centro de trânsito pelas autoridades tunisianas. Ao menos 10 mil pessoas estavam no campo na quarta-feira à noite. “Esperamos dobrar essa capacidade nos próximos dias”, afirmou a porta-voz do ACNUR Sybella Wilkes em Genebra.

Do outro lado da Líbia, pessoas também têm cruzado a fronteira para o Egito desde o início da crise. Nesta região, o fluxo é menor e a situação está mais controlada. De acordo com o ACNUR, cerca de sei mil pessoas atravessaram a fronteira para o Egito na quarta-feira, no posto fronteiriço de Sallum.

Com a ajuda do Exército egípcio, o ACNUR distribuiu 400 pacotes de alimentos para as pessoas presas na fronteira. Os funcionários do ACNUR tiveram conhecimento de vários relatos de tunisianos e egípcios a respeito do temor que estes enfrentam de serem alvos do governo líbio.

Até o final desta semana, o ACNUR deverá lançar um apelo aos países doadores para angariar US$ 18 milhões para financiar seu programa emergencial na Líbia.