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Mogadíscio: civis deslocados pelo conflito desde início de maio chegam a 200,000

Comunicados à imprensa

Mogadíscio: civis deslocados pelo conflito desde início de maio chegam a 200,000

Mogadíscio: civis deslocados pelo conflito desde início de maio chegam a 200,000O número de pessoas deslocadas desde o início de Maio, pelo crescente conflito em...
7 Julho 2009

NAIROBI, Quênia, 7 de julho (ACNUR) - O número de pessoas deslocadas desde o início de Maio, pelo crescente conflito em Mogadíscio atingiu 204,000, tornando-se o maior êxodo da agitada capital somáli desde a intervenção etíope de dois anos atrás.

As oito semanas de longa ofensiva liderada pelas milícias de Al-Shabab e Hisb-ul-Islam contra as forças governamentais está causando um impacto devastador sobre a população da cidade, produzindo enorme sofrimento, bem como a deslocação maciça. Os combates da semana passada já mataram cerca de 105 pessoas e feriram 382, segundo os relatórios dos parceiros do ACNUR na Somália.

"Estamos preocupados com a forma que os combates continuam a afetar as populações civis e criam novos deslocamentos em um ambiente de total impunidade", disse o representante do ACNUR na Somália Guillermo Bettocchi.

Os bairros afetados pelos combates incluem Kaaran, Shibis, Shangaani e Boondheere no norte de Mogadíscio. Estas áreas tinham sido até agora ilhas de paz, tendo escapado da maioria das destruições e conflitos. Muitos moradores  estão fugindo pela primeira vez de suas casas desde do início da guerra civil da Somália em 1991.

Embora muitos dos deslocados estavam fugindo para o corredor de Afgooye, cerca de 30 quilómetros a oeste de Mogadíscio, que já acolhe mais de 400.000 vítimas de conflitos anteriores, a maioria está dirigindo-se para lugares mais distantes, para o baixo e médio Shabelle e as regiões da baía de Galgadud e do baixo Juba. Atualmente, o número de deslocados internos na Somália estima-se em mais de 1,2 milhões.

Na semana passada, um parceiro local do ACNUR distribuiu kits de emergência contendo cobertores, lonas plásticas, kits de cozinha, bidões plásticos e toalhas sanitárias para 14.000 deslocados somális no corredor de Afgooye e Mogadíscio. Esta semana, o ACNUR pretende distribuir outros 4.000 kits, dependendo das condições de segurança.

No sábado, milicianos armados atacaram e saquearam o escritório de um parceiro do ACNUR no norte de Mogadíscio. Quatro cooperantes foram gravemente feridos no ataque e outro foi sequestrado.

Entretanto, apesar do fato que a fronteira do Quênia esteja oficialmente fechada e  que as autoridades quenianas não estão permitindo aos requerentes de asilo ingressar no Quénia, o número de pessoas que chegam no campo de refugiados do ACNUR em Dadaab, situado perto da fronteira no nordeste do Quénia, continua a aumentar.

Desde Maio, mais de 11.000 refugiados somális foram registrados em Dadaab, elevando para 36.000 o número de refugiados somális que chegaram lá desde o início do ano. Segundo o ACNUR, o número real de novas chegadas é muito maior, dado que muitos deles dirigem-se diretamente para os centros urbanos como Nairóbi, Mombasa e Garissa.O complexo de rufugiados Dadaab já hospeda mais de 284.300 refugiados.