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Na Áustria, adolescente sírio tem a oportunidade de sonhar mais uma vez

Comunicados à imprensa

Na Áustria, adolescente sírio tem a oportunidade de sonhar mais uma vez

17 Janeiro 2018
VIENA, Áustria, 16 de janeiro de 2018 (ACNUR) – Ainda que Amr, um jovem sírio de 16 anos, possa sonhar grande mais uma vez agora que encontrou segurança na Áustria; contudo, ele nunca esquecerá a realidade da vida na Síria, seu país natal que está atualmente destruído pela guerra.

“Lembro das bombas”, ele diz. “O som das bombas. Os foguetes. As armas. Era realmente terrível, muito barulhento”.

Amr está entre 12 crianças e jovens refugiados que vivem na Europa e que fazem parte de um projeto que deixa suas imaginações fluírem.

Chamado de Diário de Sonhos “Dream Diaries” em inglês, o projeto possibilita que crianças e jovens demonstrem seus sonhos e esperanças a partir da segurança de seus novos lares na Áustria, Bélgica, Alemanha, Países Baixos e Suíça, longe de conflitos em sua terra natal, como Síria, Afeganistão e outros locais.

A série foi produzida pela fotógrafa do Humans of Amsterdam, Debra Barraud, seu colega Benjamin Heertje, a designer gráfica Annegien Shilling e o cineasta Kris Pouw em parceria com o ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados.

Neste ensaio, Amr, que foi forçado a deixar a Síria e encontrou proteção em Viena em outubro de 2015 junto de seus pais e de seus dois irmãos, compartilha seu sonho de se tornar jornalista.  Num dos retratos, Amr aparece em uma televisão com um microfone, onde conta as últimas notícias.

“Creio que o mundo estaria melhor sem a guerra”, ele diz para a equipe. “Para mim, é interessante escutar coisas sobre a Síria. Vi muitas histórias da Síria na internet e é difícil saber se são verdadeiras. As pessoas devem escutar a verdade, e os jornalistas tem o poder para fazer isso acontecer. Por isso quero ser jornalista”.

Como para milhões de outras pessoas, a viagem que Amr fez até chegar à Europa foi repleta de perigos. Em 2016, mais de 50 por cento dos refugiados eram crianças. As crianças desacompanhadas e separadas, principalmente do Afeganistão e da Síria, apresentaram cerca de 75.000 solicitações de refúgio em 70 países durante esse ano.

Aproximadamente um terço das pessoas que buscavam refúgio na Alemanha em 2015 e 2016 eram crianças e jovens.

“O que mais me lembro da viagem era do bote de borracha”, diz Amr. “Demorou cinco horas. O motor desligou várias vezes. Estávamos muito assustados. Era meia noite. Todos estavam na internet com nossos telefones. Fomos da Turquia para a Grécia. Lembro particularmente da caminhada que fizemos. Lembro da lama, do frio e da constante chuva. Quase não comi. Finalmente, quando chegamos na Áustria, estava muito feliz que não precisava caminhar mais”.