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Novos refugiados e esperanças renovadas em campo do Sudão do Sul

Comunicados à imprensa

Novos refugiados e esperanças renovadas em campo do Sudão do Sul

Novos refugiados e esperanças renovadas em campo do Sudão do SulMarioma Anur ainda não decidiu o nome da filha, de apenas uma semana de vida, mas de uma coisa está bem certa: a menina vai receber educação.
27 Junho 2013

AJOUNG THOK, Sudão do Sul, 27 de Junho de 2013 (ACNUR/UNHCR) – Marioma Anur ainda não decidiu o nome da filha, de apenas uma semana de vida, mas de uma coisa está bem certa: a menina vai receber educação.

Na última semana, Marioma tornou-se a primeira refugiada a dar à luz no campo Ajoun Thol, no Sudão do Sul. O parto aconteceu em 19 de junho, na clínica administrada pelo Comitê Internacional de Resgate, parceiro do ACNUR cuja equipe já havia feito o parto de três moradoras da comunidade local, que deram à luz a crianças sadias.

Marioma e o marido, Kambala, deixaram sua cidade no vizinho Sudão em abril passado para escapar dos conflitos entre o governo e as forças rebeldes. Meses de bombardeio e escassez de comida levaram o companheiro de Marioma a temer pela vida deles e dos outros três filhos. A família ouviu que poderia ficar segura do outro lado da fronteira.

Deixando as crianças aos cuidados da avó, o casal partiu a pé em uma viagem de dois dias até o Sudão do Sul. Quando chegou ao campo de refugiados de Yida, no estado de Unity, a equipe do ACNUR contou-lhes que havia comida e assistência disponível no campo Ajoung Thok.

O campo foi aberto três meses antes para conter a superlotação do campo de Yida, formado espontaneamente em 2011 por refugiados sudaneses. Além das mais de 70 mil pessoas, Yida também é próximo de uma disputada e militarizada fronteira, e tanto o governo do Sudão do Sul quanto o ACNUR consideram-no inadequado para abrigar refugiados.

Os refugiados que vivem em Yida estão sendo encorajados a se mudarem para Ajound Thok, onde existem colégios, clínicas e espaço suficiente para que as famílias cultivem seus próprios produtos. Inicialmente, os refugiados estavam receosos, mas quando a notícia dos serviços disponíveis no novo campo se espalhou, um grande número de pessoas foi realocado. Agora, a população de Ajoung Thok é superior à 1.700 habitantes.

“Ajoung Thok é um campo de refugiados bem estabelecido, que proporciona um ambiente seguro onde o ACNUR pode assegurar mais proteção e melhor qualidade de serviços de educação e moradia”, disse Serge Berthomeu, responsável pelo campo de Yida. “O aumento do número de refugiados que se mudam para o novo campo mostra que a informação sobre Ajoung Thok está se espalhando, esperamos que nos próximos meses mais pessoas decidam pela transferência”.

Quando Marioma e seu marido chegaram a Ajoung Thok, ela foi diagnosticada com desnutrição grave. O casal recebeu comida de emergência e Marioma recebeu uma alimentação complementar graças a um programa de nutrição dirigido por um parceiro do ACNUR. O casal recebeu um terreno, materias para abrigo e itens de socorro.

“Estou agredecida pelo apoio que recebi nesse campo. Não pude trazer nada de casa, tudo o que temos foi dado pelas agências humanitárias”, contou Marioma. Seu marido planeja cultivar vegetais com as sementes recebidas por um parceiro do ACNUR e, com a a família estabelecida e a salvo no Sudão do Sul, voltará para buscar os outros filhos.

Mais de 300 crianças frequentam regularmente a escola primária em Ajoung Thok, e Marioma quer que sua filha também receba educação.

Recentemente, a família recebeu a visita de Magdália, a primeira mulher refugiada que chegou a Ajoung Thok. Ela agora é membro do Comitê de Refugiados e encoraja ativamente que se estabeleça mecanismos de apoio comunitário nesse novo campo.

Inspirada pelo papel de Magdalia, Marioma deseja um futuro brilhante para sua filha. “Talvez em alguns anos ela também será uma líder”.

Por Lorena Isla em Ajoung Thok, Sudão do Sul