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OCDE e ACNUR apoiam o aumento da integração dos refugiados

Comunicados à imprensa

OCDE e ACNUR apoiam o aumento da integração dos refugiados

OCDE e ACNUR apoiam o aumento da integração dos refugiadosA OCDE e o ACNUR pediram aos governos para intensificar os esforços de integração dos refugiados, para que eles possam contribuir para as sociedades da Europa.
28 Janeiro 2016

PARIS, França, 28 de janeiro (ACNUR) – Duas importantes organizações internacionais, a Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE) e a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), pediram hoje aos governos para intensificar os esforços de integração dos refugiados, para que eles possam contribuir para as sociedades e para as economias da Europa.

Ambas organizações salientaram a relevância econômica em ajudar os milhões de refugiados que vivem nos países da OCDE a desenvolver as habilidades que eles precisam para trabalhar de forma produtiva e com segurança nos empregos de amanhã.

"Os refugiados têm habilidades. Eles merecem nossos esforços. Einstein era um refugiado. Não devemos esquecer disso”, afirmou o chefe do ACNUR, Filippo Grandi, em uma coletiva de imprensa durante uma conferência conjunta de alto nível sobre a integração dos beneficiários de proteção internacional em Paris.

Grandi, que assumiu o cargo em 1 de Janeiro, acrescentou: "A integração é um processo de duas vias e dinâmico, que exige tanto do indivíduo como da sociedade que façam esforços consideráveis. Para que possam desempenhar um papel pleno na vida social, econômica e cultural do seu país de acolhimento, os refugiados necessitam alcançar a igualdade de direitos e oportunidades".

Ele ressaltou que os Estados têm uma "função importante neste processo, assegurando que os refugiados desempenhem um papel positivo e ativo no processo de integração, particularmente em termos dos serviços que lhes são prestados e para assegurar que sejam recebidos por comunidades acolhedoras".

O Secretário-Geral da OCDE, Angel Gurría, concordou dizendo que era uma tarefa difícil e custosa em um curto prazo, mas teve um alto retorno para todos no médio e longo prazo. "Os migrantes e refugiados não são um fardo. Eles contribuem para o crescimento e são uma esperança para o futuro", declarou ele.

A OCDE, sediada em Paris, é um fórum global onde os governos de 34 democracias com economias de mercado trabalham umas com as outras, bem como com mais de 70 economias não-membros, com o objetivo de promover o crescimento econômico, a prosperidade e o desenvolvimento sustentável.

Em 2015, mais de um milhão de pessoas cruzaram o Mar Mediterrâneo a procura de proteção internacional na Europa. No total foram cerca de 1,5 milhão de pedidos de refúgio nos países da OCDE em 2015. Isso é quase o dobro do número registrado em 2014 e o número mais elevado já registrado. Ao mesmo tempo, os solicitantes de refúgio representam apenas 0,1% do total da população da OCDE, e, mesmo na Europa, eles representam menos de 0,3% da população total da União Européia.

"Longe de ser um problema, os refugiados podem e devem ser parte da solução para muitos dos desafios que nossas sociedades enfrentam. Eles trazem esperança: a esperança de uma vida melhor e um futuro mais promissor para os filhos deles e os nossos. Mas para perceber este potencial, um investimento substancial é necessário para prestar apoio imediato e ajudar os refugiados a se estabelecer, a se adaptar para desenvolver suas habilidades ", acrescentou Gurría.

"Nossa análise demonstra os benefícios que uma boa gestão da migração pode trazer para as economias e sociedades dos países da OCDE. Mas isso vai depender muito da forma como as políticas de integração são elaboradas e implementados. Quanto mais cedo os refugiados obtiverem o apoio necessário, melhor serão suas perspectivas de integração", ele disse.

A OCDE também divulgou hoje um relatório: Making Integration Work: Refugees and others in need of protection (Fazendo a Integração Funcionar: Refugiados e outros que necessitam de proteção – tradução livre), fornecendo as principais lições da experiência dos países da OCDE na promoção da integração dos refugiados.

O relatório destaca muitas boas práticas para combater as principais barreiras e apoiam a integração duradoura dos refugiados e de seus filhos. O conteúdo do relatório salienta a importância da intervenção precoce, incluindo o fornecimento de acesso a cursos de línguas, programas de emprego e serviços de integração, logo que possível, inclusive para os solicitantes de refúgio com altas perspectivas em permanecer no país de acolhida.

O relatório também destacou a necessidade de facilitar com que migrantes morem perto dos locais de trabalho e não necessariamente onde a habitação é mais barata. O relatório sublinha também a necessidade de adaptar os programas de integração para refletir a diversidade dos migrantes em termos de competências e necessidades específicas dos refugiados.