ONU e ONGs anunciam plano regional de resposta a refugiados afegãos
ONU e ONGs anunciam plano regional de resposta a refugiados afegãos
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) participou do anúncio. Segundo a Alta Comissária Adjunta do ACNUR, Kelly Clements, a estimativa sobre novos refugiados tem refletem constantes análises da situação social, econômica, política e de segurança no país. “O propósito destas estatísticas é permitir planejar e pré-posicionar ajuda vital, de modo que intervenções urgentes possam ser ampliadas da maneira mais rápida e eficiente possível, quando e se necessário”.
Os países contemplados pelo plano são Irã, Paquistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão. Os dois primeiros já acolhem 90% dos 2,6 milhões de pessoas refugiadas do Afeganistão do mundo, contabilizadas ao final do ano passado. Só neste ano, a crescente violência e insegurança no país deslocou internamente cerca e meio milhão de pessoas, 80% delas sendo mulheres e crianças.
“Esperamos que a situação no Afeganistão se estabilize e que as pessoas não sejam forçadas a deixar o país. Mas sendo a Agência da ONU para Refugiados, temos que estar preparados para o pior cenário. Muitas vezes, deixar o país não é apenas o último recurso, mas a única opção que as pessoas têm para sobreviver e ter acesso aos seus direitos humanos mais básicos”, afirmou Kelly Clements, durante o anúncio do Plano Regional de Preparação e Resposta à Situação no Afeganistão.
O plano põe grande ênfase em preparação, em vez de uma resposta humanitária mais pesada neste momento. Considerando as dificuldades adicionais causadas pela pandemia da COVID-19, o plano prevê um fortalecimento de ações de saúde nos países mencionados para assegurar que tanto as pessoas refugiadas como as comunidades de acolhida estejam protegidas e que vacinas sejam disponibilizas para todos.
A Alta Comissária Adjunta do ACNUR fez referência aos recentes atentados no aeroporto de Cabul. “Enviamos nossas condolências aos familiares dos que morreram e desejamos que os feridos se recuperem rapidamente. Esta tragédia reforça nossa determinação de não abandonar o povo afegão nesta hora de grande necessidade. É hora de assegurar que possamos fazer todo o possível para apoiar o Afeganistão e seu povo, inclusive quem foi forçado a deixar o país”, afirmou.
O ACNUR tem estado presente no Afeganistão nos últimos 40 anos. Atualmente, a agência e seus parceiros seguem operacionais em todas as províncias e em quase dois terços dos distritos afegãos. Entretanto, em algumas áreas do país a habilidade de alcançar pessoas deslocadas e suas comunidades de acolhida tem sido reduzida nas últimas semanas devido à situação de insegurança e instabilidade.
“Conforme já enfatizado pelo Secretário Geral da ONU, é necessário assegurar o acesso desimpedido da assistência humanitária e de ajuda emergencial vital a estas pessoas. Permaneceremos no Afeganistão para ajudar a população afegã, inclusive por meio de organizações parcerias, enquanto tivermos acesso às populações necessitadas. Queremos mitigar qualquer impacto potencial nos serviços aos civis mais vulneráveis. Como agência humanitária, guiamos nosso trabalho pelas necessidades das comunidades”, enfatizou Kelly Clements.
Ela ressaltou que o ACNUR e seus parceiros estão prontos para apoiar os países que acolhem refugiados afegãos e aumentar a resposta humanitária na região, em coordenação direta com as autoridades nacionais dos países vizinhos e com revisão dos planos de contingência.
“A situação dentro do Afeganistão tem mudando mais rapidamente que o esperado. Precisamos estar preparados para qualquer eventualidade, e isso requer recursos, preparação e um certo tempo”, disse a Alta Comissária Adjunta do ACNUR.
Clique aqui para acessar o resumo executivo do Plano Regional de Preparação e Resposta à Situação no Afeganistão, estimado em USD 299 milhões.