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Papa Franciso conhece e abençoa a ganhadora do prêmio Nansen em Roma

Comunicados à imprensa

Papa Franciso conhece e abençoa a ganhadora do prêmio Nansen em Roma

Papa Franciso conhece e abençoa a ganhadora do prêmio Nansen em RomaDois dias após receber um dos maiores prêmios humanitários do mundo, a freira congolesa Angélique Namaika conheceu ontem o Papa Francisco, em Roma.
2 Outubro 2013

CIDADE DO VATICANO, Itália, 02 de outubro de 2013 (ACNUR) – Dois dias após receber um dos maiores prêmios humanitários do mundo, a freira congolesa Angélique Namaika conheceu ontem o Papa Francisco, após uma audiência geral na Praça de São Pedro no Vaticano.

"Conhecer o Papa foi uma grande honra para mim", disse a Irmã Angélique. "Nunca imaginei que iria encontrar o Santo Padre, e quando descobri, chorei por um longo tempo. Quando o encontrei, eu disse: 'Eu sou da República Democrática do Congo e eu carrego comigo as mulheres e crianças que têm sido vítimas de atrocidades cometidas pelo Exército de Resistência do Senhor (LRA, da sigla em inglês) para que você possa abençoá-las, assim como a mim", disse a Irmã, se referindo ao grupo armado irregular originário de Uganda que atua no nordeste do Congo.

Segundo ela, o Papa Francisco disse-lhe: "Sei da sua causa, você deve continuar a ajudar (os refugiados e deslocados internos)." Ela disse que, em seguida, o Papa colocou as duas mãos sobre a cabeça dela para então rezar e abençoá-la – assim como as centenas de mulheres que ela ajudou na República Democrática do Congo.

Na noite da última segunda-feira, em Genebra, a freira católica de 46 anos foi homenageada com o prestigioso Prêmio Nansen de Refugiados do ACNUR, por seu incansável e corajoso trabalho em nome de mulheres sobreviventes de deslocamento forçado, violência e abuso sexual na Província Orientale, no nordeste Democrática República do Congo.

A maioria das 2.000 mulheres e meninas ajudadas diretamente pela Irmã Angélique em torno da cidade de Dungu foi vítima do LRA, um brutal grupo rebelde da Uganda que se mudou para a região em 2005. Eles praticam sequestros, trabalhos forçados, espancamentos, assassinatos, estupros e outros abusos dos direitos humanos.

Por meio do seu Centro de Reintegração e Desenvolvimento, Irmã Angélique ajudou essas vítimas a transformar suas vidas, oferecendo-lhes a oportunidade de aprender um ofício, iniciar um pequeno negócio ou voltar para a escola. Ela também luta pelos direitos de todas elas.

A Representante Regional do ACNUR, Laurens Jolles, que estava com a irmã Angélique na Praça de São Pedro no Vaticano quando o Papa Francisco parou para conversar, disse que este gesto dá um significado adicional ao interesse do Papa Francisco em questões de refugiados e de migrações.

Em julho, semanas depois de ser eleito, o Papa Francis fez uma visita simbólica à Ilha de Lampedusa, na Itália, encontrando um grupo de imigrantes recém-chegados e pedindo atenção e compreensão para os milhares que arriscam suas vidas todos os anos em alto-mar para chegar à Europa, incluindo os refugiados e solicitantes de refúgio. Ele também orou por aqueles que perderam suas vidas na tentativa.

"O ACNUR aprecia muito a atenção e o interesse que Sua Santidade tem demonstrado continuamente com aqueles que foram forçados a se deslocar. Seu interesse no trabalho da Irmã Angélique é mais uma expressão de sua proximidade com os mais vulneráveis", disse Jolles.