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Para os Éperas não existem fronteiras: colombianos e equatorianos são um só povo

Comunicados à imprensa

Para os Éperas não existem fronteiras: colombianos e equatorianos são um só povo

Para os Éperas não existem fronteiras: colombianos e equatorianos são um só povoDurante os dois últimos anos, o ACNUR no Equador tem apoiado o povo Épera, comunidade indígena que vive às margens do rio Cayapas, na província de Esmeraldas ...
28 Julho 2010

ESMERALDAS, Equador, 28 de julho (ACNUR) - Durante os dois últimos anos, o ACNUR no Equador tem apoiado o povo Épera, comunidade indígena que vive às margens do rio Cayapas, na província de Esmeraldas, Eloy Alfaro Canton. Esses homens e mulheres inicialmente migraram da Colômbia na segunda metade do século passado para melhorar suas condições de vida. Atualmente, cerca de 450 Éperas,  dos quais 20% são refugiados, vivem nessa região que só pode ser alcançada por canoa. O  trabalho do ACNUR centra-se em facilitar o acesso ao sistema de refúgio àqueles que deixaram a Colômbia devido ao conflito no país, além de reforçar a agricultura integrada para a melhoria da produção agrícola na comunidade, que serve tanto para o consumo interno quanto para o comércio. O projeto tem se mostrado muito bem sucedido devido à sua grande aceitação na comunidade que o adotou como se fosse praticamente seu próprio.

A população Épera está localizada na costa do Pacífico do Equador e da Colômbia, em uma área chamada Chocó. Como a maioria dos povos indígenas não reconhecem fronteiras, Carlos, um membro da comunidade, enfatiza que "os colombianos e equatorianos são um único povo"; entretanto muitos deles são obrigados a permanecer no Equador devido ao recrutamento forçado de jovens, homens e mulheres. Nascem a cada ano cerca de 12 novos membros do povo Épera no Equador, “queremos preservar a nossa cultura, língua e identidade, e não queremos que os nossos jovens vão embora", argumenta Salvador Chirimia, presidente da comunidade, ao conversar sobre os desafios enfrentados pelo seu povo, especialmente o relacionado com a reduzida dimensão do  território. Graças à gestão de seus dirigentes e ao apoio do Vicariato de Esmeraldas, a comunidade conseguiu adquirir cerca de 340 hectares de terras comunais, já que anteriormente não tinha território próprio. Parte dessas terras foi declarada reserva natural.

Rafael Zavala, coordenador do escritório do ACNUR em Esmeraldas, diz que o apoio à agricultura integrada "contribui não só para melhorar as condições de vida da população, mas também reforça a integração da comunidade, já que todos os membros da  família trabalham nela". Os projetos com uma abordagem integral são importantes para essa comunidade que esteve invisível por muito tempo. Foi incorporado o cultivo de cacau fino como cultura principal, acompanhado daquele de árvores frutíferas e lenhosas, ao mesmo tempo que se tem utilizado os espaços livres para intercalar plantas de ciclos curto e médio, em coordenação com a ONG Fondo Ecuatoriano Populorum Progressio  (FEPP)  dentro do contexto da preservação ambiental. O território onde se assentam os Éperas no Equador é pequeno, porém muito produtivo. Nele se produz bananas, mandioca, milho, feijão, laranja, entre outros. As mulheres também se dedicam ao artesanato.

Embora os serviços básicos ainda sejam muito limitados, o povo Épera tem se organizado bem e luta diariamente para preservar sua cultura e reforçar sua identidade. É um povo solidário  que, regularmente,  acolhe em sua comunidade novos membros que vêm da Colômbia fugindo do conflito. "Trabalhar com o povo Épera é muito satisfatório. Eles têm como objetivo manter a harmonia, preservar as suas tradições e o meio ambiente", comenta Rafael Zavala. 

Andrea Durango em Esmeraldas, Equador