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Parceiros do ACNUR possibilitam a empregabilidade de profissionais refugiados em São Paulo

Comunicados à imprensa

Parceiros do ACNUR possibilitam a empregabilidade de profissionais refugiados em São Paulo

12 May 2022
Refugiado participa de evento de capacitação para aprimorar seus conhecimentos em São Paulo. ©ACNUR/Gabo Morales
São Paulo, 12 de maio de 2022 – A busca por proteção internacional e meios de integração na nova sociedade por quem foi forçado a abandonar suas casas é um processo delicado e que envolve difíceis decisões a serem tomadas, em muitas circunstâncias de forma imediata. Ao chegar a um novo país, uma das principais demandas das pessoas refugiadas é de reingressar no mercado de trabalho para a autossuficiência de suas famílias.  

“Muitos profissionais refugiados são capacitados para o mercado de trabalho, qualificados e com muita experiência. Com certeza poderiam contribuir muito com o crescimento da empresa. A diversidade traz novos pensamentos”, destaca Jesus Enrique Carrilo, desenvolvedor de negócios e vendas na Ascential, empresa parceira do PARR. 

Apenas em 2021, mesmo com os desafios impostos pela pandemia de Covid-19, a Caritas Arquidiocese de São Paulo realizou 581 atendimentos para busca de emprego e encaminhou 96 pessoas para entrevista de trabalho, resultando em 60 contratações – 54 via PARR. As principais áreas de contratação são: Operacional, Serviços Gerais e Administrativo, representando quase 40 % do total de contratados. 

"Estar contratada significa muito para mim e minha família. Sou formada e concluí meu ensino superior no meu país, Paquistão. Aqui no Brasil, esta oportunidade representa a fé e a satisfação em meu trabalho”, disse a refugiada Ayesha, que foi contratada há dois anos por uma empresa de São Paulo. 

No ano passado, o PARR concluiu 96 novos cadastros de profissionais refugiados e migrantes no banco de talentos, abrangendo oito nacionalidades, provenientes da Venezuela (84%), seguido por Angola (5%), Cuba (4%), República Democrática do Congo (3,1%), além de Síria, Namíbia, Nigéria e Paquistão. 

“Uma pessoa em situação de refúgio só está totalmente integrada à sociedade quando for inserida no mercado de trabalho, de forma a garantir de maneira digna meios para reconstruir sua vida, com independência e autonomia”, destaca Padre Marcelo Maróstica, diretor da Caritas Arquidiocesana de São Paulo. 

Já o Programa Trabalho, da organização Missão Paz, contemplou 72 contratações no primeiro quadrimestre de 2022, fruto de cerca de 1500 atendimentos realizados no período, como elaboração de currículos, palestras interculturais e aulas de português.  

“Iniciamos o ano de 2022 com bons resultados, com 50 contratações já no primeiro bimestre como resultado de uma demanda reprimida no fim do ano de 2021 pelo cenário de incertezas decorrentes do baixo crescimento econômico”, afirma padre Paolo Parise, coordenador da Missão Paz. 

Mulheres 

Embora o perfil médio dos profissionais refugiados cadastrados no banco de talentos do PARR seja composto predominantemente por homens (58%), tem se percebido nos últimos anos expressivo aumento da presença de mulheres, que já representam quase a metade entre os profissionais cadastrados. 

 “É importante destacar as potencialidades desses profissionais, bem como incentivá-los também a se aprimorar. Esta parceria entre PARR, ACNUR e CASP permite que percebamos a pessoa em situação de refúgio em suas várias demandas, buscando entender qual seria o perfil daquele profissional e a melhor estratégia de recolocação naquele momento. O nosso papel é o de fazer essa intermediação entre empregado e empregador, com o objetivo de garantir que todas as partes se sintam satisfeitas com a potencial contratação”, ressalta Valéria Derminio, assistente de responsabilidade social do PARR. 

Contratação de profissionais refugiados 

Assim como os brasileiros, as pessoas refugiadas e solicitantes da condição de refugiado podem trabalhar regularmente e obter Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) no Brasil. A lei brasileira 9.474/97, chamada “Lei do Refúgio”, garante o acesso aos direitos trabalhistas a pessoas refugiadas. 

“A contratação de profissionais refugiados representa ganhos tanto para os empregadores, que somam novos conhecimentos, comprometimento e resultados em seus negócios, como também aos próprios refugiados, que passam a ter autossuficiência em suas vidas e mais oportunidades de estar integrados à sociedade. A articulação entre o ACNUR e as organizações parceiras possibilita que as empresas reconheçam o potencial de se contratar profissionais refugiados, mesmo em um cenário complexo, como o de pandemia”, afirma Maria Beatriz Nogueira, chefe do ACNUR de São Paulo. 

Qualquer pessoa refugiada pode ter acesso à CTPS e CPF já no ato de chegada no Brasil, na sequência de sua requisição de protocolo de solicitação de refugiado, um documento oficial em todo território brasileiro.