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Programa de Assitência Direta empodera refugiados e comunidade de acolhida no Quênia

Comunicados à imprensa

Programa de Assitência Direta empodera refugiados e comunidade de acolhida no Quênia

28 Agosto 2019
Florence Idiongo, refugiada de Lotuko no Sudão do Sul, lado de fora de suas casas recém-construídas no assentamento de Kalobeyei, no Quênia. © UNHCR/Will Swanson

Quando a mãe sul-sudânesa Florence Idiongo se juntou aos milhares de refugiados fugindo para o Quênia há três anos , ela teve que viver em uma barraca de plástico com 12 pessoas, incluindo seus filhos, irmãos mais novos e outros parentes.

Era quente, superlotado e oferecia o mínimo de proteção para ela e sua família, que tinha que vigiar suas comidas e pertences constantemente.

“Nós às vezes tínhamos que cozinhar dentro da barraca durante as temporadas de chuvas e era muito arriscados para a saúde das crianças,” ela acrescenta

Felizmente, sua situação mudou para melhor. Com um caixa eletrônico e e algumas orientações da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), ela pôde sacar fundos e se juntar a mais de mil refugiados, construindo moradias melhores e mais seguras no assentamento de Kalobeyei, de acordo com suas necessidades.

O projeto foi originado em junho de 2015 quando Kalobeyei foi inaugurado para aliviar a superlotação no antigo campo de Kakuma, ao lado. Entre os principais objetivos do novo assentamento, estava a melhoria das condições socioeconômicas dos refugiados e das comunidades anfitriãs locais.

A intervenção baseada em ajuda financeira do ACNUR, onde refugiados como Florença recebem dinheiro em cartões de débito especiais para comprar cimento, areia, blocos de pedra e outros materiais para construir casas e latrinas, foi imprescindível para as melhorias na assistência.

"Queríamos dar mais dignidade às pessoas e dar-lhes liberdade de escolha", disse Moffat Kamau, associado sênior de intervenção financeira do ACNUR com sede em Kakuma.

Kamau acrescenta que esta estratégia está alinhada com o objetivo de Kalobeyei de garantir a integração socioeconômica dos refugiados na comunidade local e reduzir a dependência da assistência humanitária.

"Os refugiados são donos do processo de construção e há uma relação custo/benefício, pois eles podem construir casas melhores a custos mais baixos", acrescenta.

Milhões de refugiados e outras pessoas em situações similares em diversos países do mundo têm conseguido controlar melhor suas vidas desde que o ACNUR começou a expandir a assistência baseada em ajuda financeira em 2016. A assistência faz parte de uma ampla gama de iniciativas por meio das quais o ACNUR, em parceria com países doadores, governos e parceiros do setor privado estão fortalecendo a nova resposta a situações de refugiados em todo o mundo.

O programa visa ajudar refugiados, solicitantes de refúgio, retornados, deslocados internos e apátridas a atender suas necessidades com dignidade, garantindo que eles estejam melhor protegidos e possam se tornar mais resilientes. Nos últimos três anos, mais de 16 milhões de pessoas em mais de 100 países receberam ajuda para construir ou melhorar casas, pagar aluguel, comprar remédios, pagar dívidas ou até abrir um negócio, entre outras atividades. O ACNUR agora oferece mais dinheiro como forma de ajuda.

Em Kalobeyei, cada conjunto de abrigos é formado por 12 a 14 casas, que podem ser construídas em uma média de 22 dias. Os refugiados têm poder de barganha na compra de materiais de construção, pois colaboram com seus vizinhos para conseguir os materiais a granel. Esse uso eficiente e eficaz dos fundos permite que eles gastem o dinheiro restante em melhorias domésticas ou outras necessidades básicas, como sabão e materiais de cozinha.

"Ao dar aos refugiados dinheiro para construir suas próprias casas, capacitamos toda a comunidade a cuidar de suas vidas", acrescenta Kamau. "Esse processo melhorou as relações com a comunidade local, à medida que o dinheiro gasto é devolvido à economia local".

O ACNUR fez parceria com o Equity Bank no Quênia para abrir contas bancárias para refugiados que, em seguida, usam seus cartões de débito especiais para acessar o dinheiro para construir seus abrigos. O dinheiro é enviado em três parcelas para garantir que as famílias construam as casas de maneira estruturada e em conformidade com os padrões de construção desenvolvidos pelos especialistas em abrigos do ACNUR.

"Esse processo melhorou as relações com a comunidade local, à medida que o dinheiro gasto é devolvido à economia local"

Como Florence tem uma família numerosa, ela é elegível para assistência na construção de duas casas permanentes e já construiu uma casa por completo.

"Eu me sinto feliz. Você vê que sua casa é diferente e está confortável por dentro ”, ela diz com um sorriso. "Você pode comprar roupas para as crianças e também pode comprar um colchão, cadeiras e cortinas. A gente se sente bem."

Até agora, mais de mil refugiados, incluindo Florence, conseguiram construir casas mais seguras e duráveis por meio do projeto apoiado por países doadores importantes, como o governo do Japão.

O sucesso do projeto será apresentado ainda esta semana na Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano, um evento anual liderado pelo governo do Japão, em parceria com o PNUD, a Comissão da União Africana e o Banco Mundial.

No Fórum Global para Refugiados, que acontecerá em dezembro, os países explorarão iniciativas e melhores formas de compartilhar e fortalecer a resposta internacional às situações de refúgio.

Histórias de sucesso como o projeto do abrigo em Kalobeyei serão usadas para ilustrar como respostas abrangedoras já estão transformando a vida de refugiados como da Florence e das pessoas que acolhem essa população em muitas partes do mundo. Eles também são essenciais para incentivar a comunidade internacional a desenvolver contribuições impactantes no futuro que levem adiante a dinâmica do Pacto Global.

O fórum vem após o Pacto Global sobre Refugiados, que foi acordado em dezembro de 2018 pela Assembléia Geral da ONU, e reunirá governos, organizações internacionais, autoridades locais, sociedade civil, setor privado, membros da comunidade anfitriã e refugiados.

Como Florence espera seu quinto filho, ela olha para o futuro com uma esperança renovada.

“Quero que o futuro dos meus filhos prospere. Vou administrar esse dinheiro e construir outra casa”, diz ela. "Estou muito feliz."