Programa Raízes da Cozinha propicia que refugiados empreendam em São Paulo
Programa Raízes da Cozinha propicia que refugiados empreendam em São Paulo
SÃO PAULO, 12 de dezembro de 2017 (ACNUR) – O programa de empreendedorismo Raízes na Cozinha chegou ao fim neste sábado (9) apresentando um menu de ótimos resultados: 20 chefs e apaixonados pela gastronomia de diferentes países, envolvendo refugiados e migrantes, apresentaram seus projetos de novos negócios para que fossem avaliados e possivelmente financiados. Dos projetos apresentados, quatro foram selecionados e já no início de 2018 contarão com aportes do setor privado para que o recomeço de suas vidas tenha uma projeção de autossuficiência.
Foram horas de cálculos, planejamento, estudos, pesquisas e mentorias realizadas ao longo do programa de formação. Mas também a prática na seleção e estoque de alimentos, degustação de temperos e visitas técnicas a renomados restaurantes asseguraram o preparo de pratos deliciosos, saudáveis e que dialogam com as diferentes culturas. Esta foi a receita para que o projeto pudesse chegar ao fim com o seu primeiro grupo de formados em alto nível.
“Fiquei muito emocionada quando o meu nome foi anunciado como uma das selecionadas pelo investidor. Me esforcei muito para recomeçar minha vida no Brasil depois de ter que deixar meu país, criando aqui uma nova profissão que é fruto do amor e da dedicação por este projeto que, agora, se tornará a fonte de sustento de minha família”, disse a venezuelana Yilmary.
Yilmary é terapeuta ocupacional e chegou ao Brasil há um ano e meio. Por conta dos altos custos para revalidar seu diploma, não conseguiu atuar profissionalmente dentro da sua área de formação e então decidiu se reinventar. Começou vendendo bolos e salgadinhos caseiros em um ponto de ônibus, para o café da manhã das pessoas. Agora, seu projeto “Tentaciones de Venezuela” ganhará as ruas de São Paulo por meio de um food truck no próximo ano.
Outro profissional que teve que se adaptar a nova realidade foi Carlos Daniel, que era jornalista na Venezuela e que, agora no Brasil, teve seu projeto de abertura de um café-restaurante selecionado por um investidor privado.
“Participei de todas as etapas do Raízes na Cozinha e foi uma experiência gratificante. Há um tempo venho fazendo o serviço de cathering como uma forma de gerar renda e peguei gosto pelo preparo de alimentos saudáveis e orgânicos. O que era um passatempo foi se tornando um negócio mais sério e agora é seguir com esse trabalho que faremos em família”, disse.