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Projeto de agricultura no Chade capacita moradores e refugiados

Comunicados à imprensa

Projeto de agricultura no Chade capacita moradores e refugiados

Projeto de agricultura no Chade capacita moradores e refugiadosCultivo de hortaliças ajuda a integrar os refugiados sudaneses em aldeias locais, oferece autonomia, meios de subsistência, e aumenta a independência das mulheres.
20 Outubro 2016

KOUTOUFOU, Chade, 20 de outubro de 2016 – Em um vasto campo verde repleto de hortaliças, localizado em uma aldeia ao leste do Chade, Achta Abdallah Biney estava ocupada retirando as ervas daninhas de sua plantação e colhendo os melhores nabos para vender no mercado no dia seguinte. 

Ela fugiu da guerra no Sudão, sua terra natal, e hoje é uma entre cerca de 500 refugiados e moradores que cultivam juntos em um lote de terra. Todos eles fazem parte de um projeto que tem o objetivo de promover a integração dos refugiados em comunidades anfitriãs e de oferecer às mulheres uma maior independência financeira.

O programa chama-se Seeds for Solutions (Sementes para Soluções, tradução livre) e foi desenvolvido pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) em parceria com a Federação Luterana Mundial (LWF). O projeto ajuda agricultores a encontrar terras e oferece ferramentas, sementes e orientações que permitem a produção para a própria subsistência e para venda em mercados.

Biney, que tem 37 anos e cinco filhos, fugiu de sua aldeia na região ocidental de Darfur, no Sudão para o vizinho Chade quando combates eclodiram em 2003. Inicialmente viveu em um campo de refugiados perto Goz Beida, no Chade.

 “Com estes vegetais, eu estou no comando e decido o que fazer com a renda”.

Como a crise em seu país continuou, ela se juntou à outras famílias de refugiados sudaneses que deixaram os campos para se estabelecer com os chadianos, em um movimento apoiado pelo ACNUR, como parte da estratégia “out of camp”, destinada a refugiados de longa data.

Em companhia dos filhos e da mãe idosa, Biney mudou-se para a aldeia Koutoufou em 2011 com o objetivo de “plantar, colher e sustentar minha família”, lembra-se. Ela recebeu um pedaço de terra em um campo de 25 hectares, além de ferramentas e sementes para que pudesse iniciar as atividades.

Hoje, ela está bem estabelecida como um dos 462 agricultores – sendo a maioria mulheres e 243 refugiados sudaneses – que fazem parte do programa Seeds for Solutions em Koutoufou.

Muitas das mulheres são analfabetas e tradicionalmente teriam pouco controle sobre as despesas domésticas, mas agora isso está mudando.

“Com estes vegetais, eu estou no comando e decido o que fazer com a renda”, disse Biney, que com a mão cheia de terra, nos mostra um nabo de sua plantação.