Projeto Empoderando Refugiadas dá as boas-vindas às novas participantes
Projeto Empoderando Refugiadas dá as boas-vindas às novas participantes
Cerca de 50 mulheres se reuniram na sede do Grupo Mulheres do Brasil na última terça-feira (10), em São Paulo, para o início da quarta edição do projeto Empoderando Refugiadas – iniciativa conjunta da Rede Brasil do Pacto Global, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e ONU mulheres com foco na empregabilidade de mulheres em situação de refúgio.
O projeto, que já atendeu a 110 mulheres e impactou diversos públicos em edições passadas, tem dois focos principais: um na capacitação profissional, integração cultural e facilitação do acesso de mulheres refugiadas ao mercado de trabalho brasileiro; e o outro no engajamento de empresas e organizações para as possibilidades e contrapartidas da contratação de migrantes em situação de refúgio.
Durante o evento, participantes das edições anteriores puderam compartilhar suas experiências com o projeto. “Consegui meu primeiro emprego graças ao Empoderando Refugiadas e também fui mentora de outras mulheres na terceira edição. Entendi melhor também como é morar no Brasil, o que me ajudou muito e por isso sou muito grata ao projeto”, contou Lucia Mbuya, congolesa de 21 anos que hoje trabalha como assistente administrativa.
Das participantes da atual edição, a maioria é de origem venezuelana, representando 46% do grupo, seguido de 18% de mulheres vindas da República Democrática do Congo e as demais originárias de diversos países da América Latina, África e Oriente Médio.
A busca por oportunidades de trabalho e sustento para suas famílias é um dos motivos para estas mulheres escolherem o Brasil como país de refúgio. Como é o caso de Fátima, venezuelana de 32 anos, que trabalhava na área de segurança industrial em seu país e veio ao Brasil em busca de oportunidades. “Procuro todos os tipos de trabalho, não só na área em que eu atuava na Venezuela. Trabalhando, é possível enviar dinheiro e ajudar minha família que ficou na Venezuela.”
Porém, o Brasil não foi o primeiro destino de Fátima: a venezuelana saiu de seu país há 3 anos com destino à República Dominicana, país onde conheceu brasileiros que a convenceram a vir para cá. “Tive dificuldades de adaptação em meu primeiro país de refúgio, mas foi lá onde fiz amigos que me inspiraram a buscar melhores condições no Brasil. Eles me disseram que aqui encontraria pessoas dispostas a me ajudar e mais oportunidades de trabalho.”
Além dos workshops, o projeto também oferece mentoria individual às mulheres através de voluntárias. Nesta etapa, as refugiadas tiram dúvidas pessoais e recebem orientações direcionadas com profissionais do mercado de trabalho. Ao final dos workshops e o do processo de mentoria, aquelas que compareceram a todos os encontros são certificadas e direcionadas a dinâmicas de contratação com representantes de empresas.
A seleção de participantes é feita com a parceria do Programa de Apoio para Recolocação de Refugiados (PARR). Outros parceiros estratégicos são a Fox Time, o Grupo Mulheres do Brasil, a We Work e a Caritas São Paulo.
Projeto piloto em Roraima
Este ano, além de São Paulo, uma turma será formada em Roraima com outras 30 mulheres, que receberão um treinamento intensivo de um mês em técnicas de empregabilidade e cultura brasileira, baseado na experiência do projeto em São Paulo. A escolha por Roraima passa pelo grande fluxo de venezuelanos que acessam a região em busca de refúgio – o estado registrou cerca de 50 mil solicitações de refúgio em 2018, segundo dados da Polícia Federal.
O Empoderando Refugiadas conta com o apoio da ABM AMRO, Carrefour, Conselho Britânico, Facebook, MRV, Lojas Renner e Sodexo.