Quase 21 mil burundianos fogem para Ruanda em abril para escapar de violência eleitoral

GENEBRA, 05 de maio de 2015 (ACNUR) – Quase 21 mil cidadãos do Burundi fugiram para regiões próximas a Ruanda no mês de abril para escapar da violência eleitoral. Um grande fluxo aproximadamente 5 mil pessoas foi registrado cruzando a fronteira no último fim de semana do mês. A maioria dos refugiados é composta por mulheres e crianças, que passaram por intimidação e ameaças de violência ligadas às eleições presidenciais de 26 de junho.

Houve um aumento no número de pessoas deixando o Burundi depois que a lista oficial de candidatos concorrendo para a presidência foi divulgada no último sábado do mês, causando manifestações e violência na capital do país, Bujumbura.

O governo de Ruanda identificou terrenos para um novo campo de refugiados em Mahama, Província Leste. Com isso o ACNUR e seus parceiros começaram a transportar diariamente para lá comboios de até 1.500 pessoas.

“Com o expressivo aumento da chegada de refugiados, os dois centros de recepção, Bugesera e Nyanza, estão sobrecarregados”, afirmou a porta voz do ACNUR, Ariane Rummery.

Segundo ela, depois de uma missão para avaliar as condições locais em Mahama, em meados de abril, “o ACNUR mobilizou equipes e parceiros para montar mais de 450 tendas familiares para acomodar cerca de 4 mil pessoas, 7 galpões, 80 latrinas, 80 chuveiros, um posto de saúde e um posto policial.”

“O primeiro bebê nasceu no novo campo, uma menina saudável que foi apelidada de ‘Bebê Mahama’. Receberemos outras mil tendas familiares do depósito do ACNUR em Isaka, na Tanzânia”, afirmou Rummery.

Ruanda já recebeu mais de 74 mil refugiados, a maioria da região da República Democrática do Congo (RDC).

Até o fim de abril, mais de 3,8 mil burundianos, a maioria da cidade de Cibitoke, fugiram para a província de Kivu do Sul, na República Democrática do Congo.