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Recém nascido tem apelido brasileiro

Comunicados à imprensa

Recém nascido tem apelido brasileiro

Recém nascido tem apelido brasileiroBrasília, 24 de setembro de 2008 – O pequeno Ibrahim Issam Mahmmad Aljabali, com pouco mais de um mês de vida, tem um nome genuinamente palestino, mas seu apelido é brasileiro. “O nome é uma homenagem ao seu avô paterno, mas chamamos ele de Kaká”, revela a mãe Rana Aljabali, numa referência a um dos mais famosos jogadores brasileiros de futebol da atualidade.
23 Setembro 2008

Brasília, 24 de setembro de 2008 – O pequeno Ibrahim Issam Mahmmad Aljabali,  com pouco mais de um mês de vida, tem um nome genuinamente palestino, mas seu apelido é brasileiro. “O nome é uma homenagem ao seu avô paterno, mas chamamos ele de Kaká”, revela a mãe Rana Aljabali, numa referência a um dos mais famosos jogadores brasileiros de futebol da atualidade.  

A mãe de “Kaká” está segura de que o futuro dos filhos será construído no Brasil. “Aqui é preciso estudar e trabalhar. Estou ajudando meu marido em um pequeno negócio e vamos prosseguir”, afirma. Suas outras duas filhas estão estudando em uma escola pública da cidade onde moram.

“Kaká” e outros três bebês já nasceram desde a chegada do grupo de refugiados palestinos no Brasil, em setembro do ano passado. E enquanto algumas famílias crescem, outras estão para ser formadas. “Quero marcar meu casamento para o próximo ano”, revela Zeid Al Mahdi, 27 anos, que está trabalhando no interior do Paraná para ter condições financeiras de começar uma nova família. “Gosto de viver aqui, onde encontrei segurança e trabalho. As mulheres também são muito bonitas e pretendo ter filhos brasileiros”, diz o jovem.

A família é uma importante fonte de estabilidade emocional para os refugiados. No caso dos palestinos, muitos tentam trazer para o Brasil parentes que ainda vivem no Oriente Médio. “Nosso filho, sua mulher e três filhos estão na Síria. Gostaríamos muito de tê-los todos vivendo conosco aqui”, afirma o casal Faez Abbas e Salha Nassar, 62 e 55 anos, respectivamente.

Reassentados no interior do Rio Grande do Sul, os dois estão plenamente adaptados à nova vida e reproduzem, em casa, a tradicional disputa esportiva entre os principais times gaúchos: Grêmio e Internacional. “Sempre viajamos muito, por isso foi fácil se adaptar à cultura brasileira”, afirma Faez.

Para a jovem Ayeda Ama, que vive no interior de São Paulo, é difícil conviver com a saudade de parentes e amigos que ficaram no Iraque ou que foram para outros países. “Tentei encontrar meus amigos da faculdade que ficaram em Bagdá, mas não consegui. Não sei se eles estão vivos”, lamenta. Vivendo na mesma cidade, Huda Altamimi conta que não vê a mãe e os irmãos há 12 anos. Ela e o marido Walid têm familiares no Líbano, Iraque, Jordânia e Egito e mantêm o contato com eles principalmente pela internet. “Deixei dois filhos na Jordânia e tenho medo de não conseguir visitá-los”, revela Ibitssan, mãe de Walid.

No interior do Rio Grande do Sul, a refugiada Rashida Mahmoud, 75 anos, não se cansa de contar como conseguiu reunir parte da família no Brasil. Ela foi a última deixar o campo de Ruweished, na Jordânia, e só embarcou no avião após reunir a filha e quatro netos que viviam em outro campo. Orgulhosa, ela diz que, finalmente, encontrou “paz e segurança para viver e dormir tranquila”. Mas não desistirá de aumentar a família. “Ainda tenho uma neta morando no Iraque e gostaria que ela viesse viver no Brasil conosco”, afirma a matriarca.

Por Luiz Fernando Godinho e Valéria Graziano