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Recorde de 100 mil sírios deixaram o país apenas em agosto

Comunicados à imprensa

Recorde de 100 mil sírios deixaram o país apenas em agosto

Recorde de 100 mil sírios deixaram o país apenas em agostoACNUR anunciou que o número de pessoas deixando a Síria aumentou expressivamente em agosto, atingindo o recorde de quase 104 mil solicitações de refúgio em apenas um mês.
4 Setembro 2012

GENEBRA, 4 de setembro (ACNUR) – O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) anunciou nesta terça-feira que o número de pessoas deixando a Síria aumentou expressivamente em agosto, atingindo o recorde de quase 104 mil solicitações de refúgio em países vizinhos em apenas um mês. No total, já são mais de 235 mil refugiados síros registrados ou esperando pelo registro em países da região.

A porta-voz do ACNUR, Melissa Fleming, disse a jornalistas em Genebra que centenas de iraquianos que viviam como refugiados na Síria estão voltando ao Iraque. "Grande parte afirma que decidiu voltar por causa da insegurança na Síria, alguns dizem ter sofrido ameaças diretas", disse Fleming.

No último fim de semana, um taxi usado por famílias iraquianas que deixavam a Síria foi sequestrado. Funcionários do ACNUR disseram que três refugiados iraquianos foram mortos em Jaramana, periferia de Damasco, na semana passada, aumentando o medo entre a população iraquiana na Síria.

O ACNUR e o Crescente Vermelho Árabe-Sírio estão ampliando a assistência aos deslocados internos na Síria. O ACNUR lançou um programa de assistência financeira para as famílias em Al Nabek, cidade entre Damasco e Homs para onde muitas estão indo em busca de segurança.

A porta-voz do ACNUR disse que 300 famílias em Al Nabek em situação bastante vulnerável receberam cheques para trocar por dinheiro em bancos locais. "A partir da experiência com os refugiados iraquianos e o feedback dado pelos deslocados, a assistência financeira é o meio mais efetivo de ajudar as famílias vulneráveis nas condições em que a Síria se encontra hoje", disse Fleming.

Nos próximos meses, o ACNUR e o Crescente Vermelho Árabe-Sírio esperam expandir o programa para 35 mil famílias, atingindo em torno de 200 mil pessoas. Até agora 730 famílias foram beneficiadas, além das 8.500 famílias iraquianas refugiadas (cerca de 35 mil pessoas) atualmente recebendo a assistência financeira.

No Iraque houve um aumento expressivo de refugiados sírios de origem curda durante a última semana. Em média, 500 pessoas estão cruzando a fronteira por dia. O mesmo número foi registrado por semana, durante as primeiras três semanas de agosto. Na região do Curdistão iraquiano, as autoridades concordaram em cooperar com o ACNUR num programa para refugiados urbanos, além de implantar um segundo campo que acomodará principalmente os sírios de origem curda. Em algumas outras regiões do Iraque há relatos de pequenos grupos de refugiados, incluindo as cidades de Bagdá e Najaf.

Em resposta ao grande número de iraquianos voltando ao país, o Ministério para Deslocamento e Migração do Iraque está documentando os retornados, o que permitirá a estas pessoas receber assistência do governo nos próximos meses para seu processo de reintegração ao país. O ACNUR está apoiando os iraquianos retornados com itens domésticos e em breve iniciará um programa de assistência financeira para as famílias que estiverem em situação de mais vulmerabilidade.

Na Jordânia continuam chegando cerca de mil refugiados todos os dias. Relatos indicam que o número de deslocados na região sul da Síria está aumentando. Por isso, o governo jordaniano, o ACNUR e seus parceiros se preparam para um grande influxo, reunindo material para dar assistência a 150 mil pessoas.

Esta semana, no Líbano, o ACNUR abriu um centro de registro itinerante em Baalbeck, no leste do Vale do Bekaa. A medida foi uma resposta ao aumento de sírios deslocados que têm se estabelecido na região. Mais de 59 mil sírios foram registrados ou aguardam pelo registro no Líbano. Entre a população refugiada já registrada no país, 55% estão na província Norte do Líbano e 42% no Vale do Bekaa.

"As famílias libanesas que têm abrigado os refugiados estão extremamento sobrecarregadas e o ACNUR faz um apelo para que as autoridades do país aprovem o uso de abrigos alternativos”, disse a porta-voz do ACNUR, em Genebra.

Ainda no Líbano, 180 famílias estão abrigadas em seis escolas prestes a serem reabertas para o início do ano letivo. Muitas pessoas estão sendo pressionadas a deixar estes prédios. Ontem, algumas famílias foram despejadas da escola al-Marj, mas o ACNUR está negociando para que elas voltem ao prédio enquanto não há outro lugar para abrigá-las.

O ACNUR e seus parceiros também estão focados na inserção de crianças refugiadas sírias no sistema de ensino libanês – negociando com diretores de escolas e comunidades de refugiados. As autoridades concordaram em arcar com as taxas escolares e outras despesas.

Autoridades turcas afirmam que mais de 80 mil sírios estão no país. Alguns refugiados arriscaram voltar à Síria depois de rumores de que o conflito tinha mudado de região ou por temor de saques em suas propriedades. Mas eles talvez tenham de retornar à Turquia.

Ainda existem cerca de 8 mil sírios esperando autorização para cruzar a fronteira. Eles têm recebido água, comida e assistência médica, e serão aceitos gradualmente pela Turquia. O governo turco garantiu ao ACNUR que sua fronteira continuará aberta para a entrada de refugiados da Síria.

Nos últimos dias o governo turco removeu mais de 4 mil refugiados abrigados em escolas em diversas províncias para um novo campo em Karkamis. Na última segunda-feira mais um campo foi aberto em Kahramanmaras. Ele abrigará os refugiados que estão em escolas e recém-chegados ao país.