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Refugiados ficam famosos no Japão e arrecadam dinheiro para educação na África

Comunicados à imprensa

Refugiados ficam famosos no Japão e arrecadam dinheiro para educação na África

Refugiados ficam famosos no Japão e arrecadam dinheiro para educação na ÁfricaA refugiada Sudanesa Josephine Poni Daniel pode ser tímida como qualquer garota de 16 anos quando fala de assuntos que não são familiares. Mas quando questionado ...
26 Julho 2010

NAIROBI, Quênia, 26 de Julho (ACNUR) – A refugiada Sudanesa Josephine Poni Daniel pode ser tímida como qualquer garota de 16 anos quando fala de assuntos que não são familiares. Mas quando questionado sobre seu primeiro amor ou sobre música, o rosto dela brilha e ela conversa sem rodeios.

"Música é diversão; quando escrevo as letras ou canto uma música eu me sinto bem e esqueço os problemas," diz Josephine, líder do The Golden Blue Girls, uma das três ganhadoras de um concurso de músicas que está arrecadando dinheiro e conscientizando sobre as necessidades educacionais dos refugiados no Japão.

No ano passado um guitarrista que visitava o Japão, integrante da dupla popular Yuzu, ficou impressinado pelo talento musical apresentado no complexo de campos de refugiados de Dadaab, que abriga 260 mil refugiados no leste do Quênia. Ele retornou ao Japão e trabalhou para o ACNUR com arrecadação de fundos e para a organização humanitária FilmAid não somente para chamar atenção para os talentosos refugiados, mas também para levantar fundos para o ensino médio nos campos.

O resultado foi a Competição Camp Beat Music, que ocorreu no início do ano e proporcionou entretenimento para os refugiados Somalis em Dadaab. Competidores foram divididos em 21 grupos e solistas, e finalmente três finalistas, incluindo o grupo de Josephine assim como dois solistas, um da Somália e um do Congo.

Josephine e sua irmã Scovia, de 13 anos, a back-vocal Silvia Deva, também de 13 anos, e o tecladista Emanuel Sida, 16, único homem do grupo, haviam cantado juntos em um coral da igreja antes de serem forçados a lutar em Kajo Keji no sul do Sudão em 2000. Vizinhos no Sudão, as suas famílias continuam vizinhas no campo Dagaheley no complexo de Dadaab, e eles vão à escola juntos.

Educação é a prioridade do quarteto, e foi o tema da canção ganhadora. Além da oportunidade de ir à escola em Dadaab, Emanuel admite que a vida em um campo de refugiados pode ser dura: “Não tem comida nem água suficientes, é muito quente e as pessoas não têm o que fazer – elas perdem as esperanças.”

Mas na canção original gravada em Nairobi para o website Japonês – Africa Song – eles colocaram uma nota mais otimista.

“Eu acho que é importante para o mundo saber o quanto a África é bonita,” diz Josephine. “Quando as pessoas do Ocidente escutam sobre a África, eles pensam em guerras e crianças morrendo de fome. Mas a África é muito mais: África é amor, beleza, lindas cores e música. As pessoas irão entender melhor quando ouvirem a nossa música.”

Apesar do ganhador não ser anunciado no Japão até a próxima semana, a participação já está possibilitando aos Golden Blue Girls sonhar alto.

“Queremos inspirar o mundo,” diz Josephine. Scovia acrescenta: “Vamos lançar um disco e esperamos nos tornar famosos mundialmente”.

Mas não se preocupe se não der certo. Silvia tem um plano B: “Eu serei a Presidente do Sudão – se a nossa carreira não deslanchar,” ela ri.

Dina Skatvedt Rygg em Nairobi, Quênia