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Refugiados relatam momentos de angústia ao fugir do nordeste da Síria

Comunicados à imprensa

Refugiados relatam momentos de angústia ao fugir do nordeste da Síria

25 Outubro 2019
Mulher síria é confortada por funcionária do ACNUR após chegar ao campo de refugiados de Bardarash © ACNUR / Rasheed Hussein Rasheed

Quando finalmente desembarcou no campo de Bardarash, perto de Duhok, de um comboio de ônibus que transportava centenas de refugiados recém-chegados do nordeste da Síria, Amina, 64 anos, estava exausta depois de uma caminhada de várias horas para atravessar a fronteira com a região do Curdistão para chegar ao Iraque em segurança.


Mas, como a maioria dos 8.400 refugiados sírios que agora vivem no campo depois de chegar nos últimos dez dias, seu desconforto físico foi ofuscado pela angústia psicológica de ser forçada a deixar sua casa.

"Não paramos de chorar desde que chegamos aqui ontem", disse, sentada em uma das milhares de tendas erguidas para oferecer abrigo aos recém-chegados. “Nossa situação é ruim aqui. Nós morávamos em uma casa limpa e grande. Não pode ser comparado a viver aqui. É muito difícil."

Amina deixou sua cidade natal, Al-Malikiyah, no extremo nordeste da Síria, perto das fronteiras da Turquia e do Iraque, com duas filhas e outros membros de sua família depois de testemunhar ataques aéreos perto de sua casa. Eles deixaram o país com receio dos combates se intensificarem e para evitar o possível recrutamento de membros da família do sexo masculino, disse.

“Todos estavam fugindo.”

Amina contou que a rota deles estava lotada de pessoas partindo do nordeste da Síria rumo à fronteira para escapar dos recentes combates e da ameaça de mais conflitos.

“A estrada estava superlotada. Todo mundo estava fugindo, ninguém queria ficar”, disse Amina. “Vi uma mulher andando com dois filhos enquanto segurava o bebê nos braços. Também havia pessoas idosas. Você sabe como fica quando muitas pessoas fogem ao mesmo tempo.”

Como todos os que chegaram ao acampamento, Amina e sua família receberam uma barraca, cobertores, colchões e outros itens essenciais.

 

O ACNUR, Agência da ONU para Refugiados, está registrando todos os recém-chegados e, juntamente com seus parceiros, fornece serviços de saúde e proteção, incluindo apoio psicossocial e serviços específicos para crianças desacompanhadas e pessoas com necessidades específicas.

Dos mais de 10.000 refugiados sírios que cruzam o norte do Iraque desde segunda-feira passada, mais de 70% são mulheres e crianças. Enquanto a maioria está abrigada no campo de Bardarash, aqueles com parentes que vivem na região estão gradualmente sendo autorizados a deixar o acampamento e se juntar a suas famílias.

"Isso não é vida."

Com a chegada de cerca de 900 a 1.200 pessoas ao campo de Bardarash por dia, é provável que o campo atinja sua capacidade máxima na próxima semana, dizem oficiais do ACNUR. As autoridades regionais curdas estão planejando abrir mais campos para lidar com o fluxo contínuo.

Além dos que cruzaram a fronteira com o Iraque desde o início da Operação Primavera da Paz, em 9 de outubro, cerca de 180.000 pessoas, incluindo cerca de 80.000 crianças, foram deslocadas internamente até agora na região, segundo dados da ONU divulgados na terça-feira (22).

Sentada em sua tenda, cercada pelos poucos itens que agora possui, Amina expressou sua esperança pelo fim dos combates e pela chance de voltar para casa, em vez de ter que viver sob uma lona durante inverno que se aproxima.

“Se chover, a situação vai piorar. Espero que a água não entre na minha tenda”, disse. “Queremos que esta guerra pare. Isto não é uma vida. Somos humanos e queremos permanecer pacificamente em nossa pátria.”

A Síria tem enfrentado a maior crise de refugiados de nossos tempos. Você pode fazer a diferença na vida de milhões de pessoas que deixaram tudo para trás para escapar da violência. Doe agora!