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Refugiados vítimas do conflito na Líbia serão reassentados nos EUA e na Holanda

Comunicados à imprensa

Refugiados vítimas do conflito na Líbia serão reassentados nos EUA e na Holanda

Refugiados vítimas do conflito na Líbia serão reassentados nos EUA e na HolandaO primeiro grupo de refugiados a ser reassentado por causa dos conflitos na Líbia acaba de desembarcar em um abrigo transitório de emergência no oeste da Romênia.
20 Abril 2011

TIMISOARA, Romênia, 20 de abril (ACNUR) – O primeiro grupo de refugiados a ser reassentado por causa dos conflitos na Líbia acaba de desembarcar em um abrigo transitório de emergência no oeste da Romênia. Formado por 30 refugiados eritreus, o grupo permanecerá seis meses no abrigo de Timisoara antes de ser reassentado nos Estados Unidos e na Holanda.

No grupo estão três mulheres e um menino. Os refugiados, que não podem retornar a seus países de origem e nem à Líbia, passaram algumas semanas em um campo lotado na Tunísia, enquanto o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e seus parceiros buscavam solucionar o problema. Assim como eles, centenas de eritreus e somalis seguem parados nas fronteiras líbias com a Tunísia e o Egito – pois o retorno aos seus países de origem pode representar um risco à suas próprias vidas, e a instabilidade na Líbia impede o regresso deles ao país onde viviam como refugiados.

Tal situação levou o ACNUR a buscar o reassentamento destes refugiados, protegendo-os em outros países. O grupo de refugiados eritreus que chegou à Romênia é o primeiro a ser beneficiar desta solução, e sua saída Líbia foi organizada pelo ACNUR, pela Organização Internacional para a Migração (OIM) e pelo governo romeno. Oficiais do ACNUR disseram que outros grupos são esperados.

De acordo com relatos dos refugiados, eles deixaram a Eritréia para escapar do recrutamento militar forçado e buscaram refúgio na Líbia. Com o início dos conflitos no país, em fevereiro deste ano, passaram a ser detidos e abusados fisicamente por serem originários da África subsaariana  - região da qual vieram mercernários para lutar ao lado das forças leais ao governo.

Após deixaram a Tunísia, o grupo de eritreus ficou no campo de Choucha, de onde milhares de migrantes trabalhadores que vivam na Líbia eram repatriados por seus próprios governos ou pelo ACNUR e a OIM. Sem poder retornar para a Líbia ou para seus países de origem, restava a eles esperar por uma resposta positiva dos governos que implementam programas de reassentamento.

O Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, vem fazendo diversos apelos para que os países com programas de reassentamento ajudem os refugiados vitimas do conflito na Líbia.

Na última quarta-feira (20/04), em Genebra, o ACNUR apresentou aos países de reassentamento sua a iniciativa Reassentamento Solidário Global (ou Global Resettlement Solidarity initiative). Este programa busca responder às necessidades de reassentamento no Egito e na Tunísia criadas a partir da crise na Líbia. Com este apelo, o ACNUR pediu aos países de reassentamento que beneficem cerca de oito mil refugiados. que estão nas fronteiras líbias.

“Pedimos que os países ampliem suas cotas de reassentamento”, frisou o Coordenador de Reassentamento do ACNUR, Johannes van der Klaauw. “O número de pessoas vindas do Egito e da Tunísia que precisam de reassentamento cresce a cada dia e vai rapidamente aumentar de centenas para milhares”, acrescentou.

Van der Klaauw também notou que o reassentamento fora da região garantiria a redução no número de refugiados vulneráveis que se arriscam na travessia perigosa entre o Mediterrâneo e a Europa. Nas últimas semanas, mais de 500 pessoas perderam a vida tentando fazer a travessia.

O abrigo de emergência de Timisoara foi criado em 2008 pelo governo da Romênia, o ACNUR e a OIM para acolher pessoas que precisam urgentemente de proteção internacional até que o processo de reassentamento seja concluído. Mais de 200 pessoas podem ser acomodadas no abrigo. As instalações  já receberam mais de 600 refugiados – dentre eles eritreus, sudaneses, palestinos, etíopes, iraquianos e nigerianos – desde a sua inauguração.

Roland Schönbauer (em Timisoara, Romênia) e Leo Dobbs (em Genebra)